quinta-feira,19 setembro, 2024

Setembro de 2023 foi o mais quente da história: “Alucinante”, diz climatologista

As temperaturas recordes geraram ondas de calor, incêndios florestais e secas em todo o mundo. Alta recorde foi favorecida pelas mudanças climáticas e forte El Niño

A temperatura média global do mês passado foi 0,93°C acima da média de setembro registrada entre 1991-2020, fazendo setembro de 2023 o mais quente da história. E mais: de acordo com o Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus, esta é a margem mais quente acima da média para um mês em 83 anos de registos mantidos pelo observatório europeu. O setembro mais quente já registrado segue o agosto mais quente e o julho mais quente, sendo este último o mês mais quente de todos os tempos.

As temperaturas recordes provocaram ondas de calor, incêndios florestais e secas em todo o mundo. Os cientistas atribuem a alta recorde à intensificação das mudanças climáticas, que geram extremos no termômetro terrestre e marinho, e também a forte intensidade do El Niño, que provoca o aquecimento anormal e persistente do Oceano Pacífico na região da Linha do Equador. O mês como um todo foi cerca de 1,75°C mais quente do que a média de setembro de 1850-1900, o período de referência pré-industrial. 

“É realmente alucinante”, disse o diretor do Copernicus, Carlo Buontempo. “Nunca vi nada parecido em nenhum mês em nossos registros”. O observatório estima que a Terra está a caminho do ano mais quente de que há registo, cerca de 1,4°C acima do que nos tempos pré-industriais, quase ultrapassando o objetivo de limitar o aquecimento a 1,5ºC do Acordo de Paris. Esse limiar é a meta mais ambiciosa do acordo de 2015 e é visto como essencial para evitar as consequências mais catastróficas das mudanças climáticas.

Anomalias médias globais da temperatura do ar na superfície em relação a 1991–2020 para cada mês de setembro de 1940 a 2023. — Foto: Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus/ECMWF.
Anomalias médias globais da temperatura do ar na superfície em relação a 1991–2020 para cada mês de setembro de 1940 a 2023. — Foto: Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus/ECMWF.

A extensão do gelo marinho nos polos também surpreendeu os cientistas. A Antártica permaneceu em um nível recorde para esta época do ano.  Tanto a extensão diária como a mensal atingiram os seus máximos anuais mais baixos no registo do satélite em setembro, com a extensão mensal 9% abaixo da média.  A extensão diária do gelo marinho do Ártico atingiu o 6º mínimo anual mais baixo, enquanto a extensão mensal do gelo marinho ficou em 5º lugar, 18% abaixo da média. 

A dois meses das próximas negociações climáticas globais, a COP28 nos Emirados Árabes, torna-se urgente a ação dos países no combate a essa crise. “O maior componente, de longe, é o fato de termos adicionado muitos gases de efeito estufa na atmosfera devido à queima de combustíveis fósseis”, disse à SkyNews o professor Ed Hawkins, cientista climático da Universidade de Reading.

Texto: Redação/ Um Só Planeta

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