São muitos os desafios que o mundo enfrenta com o rápido desenvolvimento da tecnologia da informação, com o acesso à internet cada vez mais comum e veloz, mas surgem também muitas oportunidades para quem está atento às mudanças e buscando adequar-se. É o que tem feito a Prefeitura de Aracaju, desde 2017, no processo de avançar para tornar a capital sergipana uma cidade inteligente: investiu na modernização do seu parque tecnológico, estabeleceu uma rede de internet por fibra óptica e um sistema de segurança de dados, criando as condições necessárias para aproveitar as potencialidades desta nova era.
A atualização do parque tecnológico ocorre como parte do Planejamento Estratégico do Município, na busca por garantir maior capacidade computacional dentro da administração, e, assim, melhorar as condições de trabalho dos servidores e os serviços prestados à população aracajuana. Nos últimos seis anos e meio, a gestão investiu mais de R$1,2 milhão – com recursos de leilões de bens inservíveis – na aquisição de mais de 120 computadores para as diversas pastas que compõem o Executivo municipal.
“Os investimentos na área de tecnologia e modernização vêm ocorrendo de forma planejada, desde o início da gestão do prefeito Edvaldo Nogueira. A base foi criar a infraestrutura para depois buscar novos sistemas, processos e cibersegurança. Os investimentos demonstram a capacidade do corpo técnico e a visão do prefeito em agir de forma resolutiva, principalmente no que diz respeito à segurança da informação”, afirma o secretário municipal do Planejamento, Orçamento e Gestão, Augusto Fábio Oliveira.
Ter uma capacidade maior de processamento de dados permite a realização de procedimentos complexos com maior velocidade e, somando-se a isso a construção de uma infraestrutura de rede também moderna, cria-se o alicerce para uma cidade conectada, como aponta o coordenador geral de Tecnologia da Informação da Secretaria Municipal do Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplog), Cláudio Luiz da Silva.
“A ideia foi formar um alicerce de infraestrutura de T.I. que suporte os serviços de uma cidade conectada, inteligente. O que compõe esse alicerce da cidade inteligente? Algumas iniciativas: a primeira é a rede de fibra óptica que nós temos, Aracaju é uma das poucas cidades do Brasil que possui um anel de fibra óptica 100% conectado; temos 200 pontos ligados a essa rede. O segundo elemento importante é capacidade de processar e armazenar informação, qualificando o investimento em TI, ao atualizar o parque tecnológico. Nós adquirimos máquinas, o que há de melhor no mercado, em uma estrutura hiperconvergente, o que existe de mais moderno no sentido de servidores de processamento. Esses servidores funcionarão cluster, ou seja, podem trabalhar de maneira simultânea”, explica Cláudio.
Nesse sentido, ressalta o coordenador, a gestão percebeu a importância de ampliar a qualidade da conexão à internet, e desde então o mencionado anel de fibra óptica chegou a aproximadamente 300 km de cabos, cobrindo todos os prédios da Prefeitura, inclusive nos locais mais afastados, como os bairros da antiga Zona de Expansão. A Prefeitura está viabilizando também a criação de dois data centers, a partir de contêineres que serão instalados no centro administrativo e Empresa Municipal de Obras e Urbanização, que serão fundamentais para garantir a disponibilidade de equipamentos que rodam os sistemas cruciais.
“Eles pertencem à classificação internacional Tier 3, o que significa que eles possuem redundância elétrica, de refrigeração e segurança. Esses dois data centers traduzem para o usuário uma nuvem privada. Ao invés de cada órgão se preocupar com backup, um eventual risco, eles poderão focar no sistema dos serviços especificamente, uma vez que essa infraestrutura está sendo provida centralizadamente, a parte de comunicação, a RIMA [rede interna] e a parte de armazenamento e processamento, a chamada nuvem privada. Esse cluster de hiperconvergência vai colocar Aracaju em um patamar que eu não sei se tem igual no Brasil”, salienta o coordenador.
Segurança da informação
Concomitantemente às medidas de melhoramento do processamento computacional e a conectividade dos órgãos, e por conta da consequência delas, um outro modelo de segurança, atualizado para os desafios modernos, tem sido adotado, o que implica o fim de uma estrutura de Tecnologia da Informação fragmentada, ou seja, de responsabilidade de cada componente da administração, para a adoção de um modelo centralizado, reduzindo fragilidades físicas, logísticas e digitais.
“A segurança é um assunto que está exigindo cada vez mais dos gestores uma ação proativa, incisiva e consciente. Ela tem dois grandes pilares: a segurança da informação, que é um projeto em curso de adequação, da Prefeitura como um todo, à Lei Geral de Proteção de Dados. O outro pilar é a segurança tecnológica, que diz respeito ao uso dos chamados firewalls, sendo que temos dois, o tradicional que fica no Centro Administrativo e um outro, um dos mais sofisticados que existem, que roda onde as nossas aplicações são executadas. Isso significa dizer que se um hacker quiser simular ser um usuário qualquer, e tentar entrar no código de programação, nós vamos perceber e bloqueá-lo. Estamos tirando a TI daquele papel miúdo, de manutenção de hardware eventual em cada setor, para ter uma T.I estratégica, o que é fundamental para a era da informação e dos processos digitais”, ressalta Cláudio.
Todas essas medidas somadas têm feito Aracaju avançar dia a após dia em direção a ser uma cidade conectada com segurança, inteligente, uma vez que tem melhorando no armazenamento e processamento dos dados e informações, na sua capacidade de acesso à internet veloz, e na criação de uma estrutura institucional de T.I de referência.