Modelo de desenvolvimento sustentável projetado pelo Sebrae ganhou o palco principal do Web Summit Lisboa, rendendo convite para a COP da Floresta

A agenda do desenvolvimento sustentável do Brasil se consolidará na COP 30, que acontecerá em 2025 em Belém (PA), quando a Amazônia e a preservação dos recursos naturais estarão no centro dos debates climáticos globais. Essa foi a visão que o Sebrae levou ao palco principal do Web Summit Lisboa, um dos mais importantes fóruns de inovação do mundo, nesta quarta-feira (13). Por meio dos pequenos negócios, o Sebrae posiciona o Brasil com uma proposta que une inovação, sustentabilidade e inclusão, incentivando outros países a repensarem suas estratégias e prioridades.

Em palestra sobre a convergência de mentes e tecnologias na transição para um futuro mais sustentável, o diretor-técnico do Sebrae Nacional, Bruno Quick, provocou lideranças globais a reavaliarem seus modelos de negócio. “Temos a atmosfera coberta por satélites, todos conectados por fibras ópticas, milhares de universidades e laboratórios, mas, ainda assim, enfrentamos fome, conflitos e uma crise ambiental”. Segundo ele, apesar dos avanços tecnológicos, os problemas globais exigem ações coordenadas e sustentáveis.

Para Quick, em 2025, Belém será o ponto de encontro de lideranças globais, de pequenas, médias e grandes empresas, de inovadores e defensores do meio ambiente, todos reunidos por um propósito comum: “transformar o modelo de desenvolvimento e garantir um legado para as próximas gerações”. Segundo ele, a COP 30 vai colocar a natureza e a vida no centro da agenda de desenvolvimento global.

O Brasil se prepara para liderar uma nova era de desenvolvimento sustentável e convida um esforço coletivo para proteger o planeta, construir um futuro mais próspero e equilibrado.
Bruno Quick, presidente do Sebrae Nacional.

A atuação do Sebrae nesse cenário, descreveu Quick, tem se concentrado em colocar os pequenos negócios, a inovação e a bioeconomia no centro de um novo modelo de desenvolvimento para o Brasil. “Os pequenos negócios são os que mais sofrem com as crises e desastres naturais. Precisamos de um modelo que valorize a inovação e traga a natureza para o centro do desenvolvimento sustentável”, explicou o diretor, destacando a bioeconomia, que integra a preservação dos recursos naturais à geração de valor.

Atualmente o Brasil conta com 18 mil startups, sendo 600 localizadas na Amazônia e 70% dessas empresas lideradas por mulheres. Para o diretor, esse retrato é um sinal de transformação social e econômica na região amazônica. Por meio da atuação em rede com mais de 1.500 instituições em 300 ecossistemas regionais, o Sebrae promove a inovação de forma descentralizada. Ao defender essa estrutura representa um modelo promissor para o Brasil e para o mundo, Bruno Quick afirmou: “O que vemos acontecer no Brasil nos encoraja a pensar que é possível fazer isso globalmente”.

Sebrae e Embaixada na trilha da internacionalização

O ecossistema de inovação também deu o tom da visita da diretoria do Sebrae à Embaixada do Brasil em Lisboa, na tarde desta quarta-feira (13). “Portugal hoje traz, além do turismo, o segmento da inovação como estratégico para seu desenvolvimento, caminho que estamos trilhando no Brasil, onde temos experiências fabulosas com as startups”, declarou Quick. Em resposta, o embaixador Raimundo Carreiro afirmou: “Estamos à disposição do Sebrae e do Brasil para ajudar no trabalho de internacionalização das startups brasileiras em Portugal”.

Também participaram da visita à Embaixada, diretores do Sebrae de diversos estados: Lamisse Cavalcanti (AM), Suelem Amoras (AP), Alcilene Cavalcante (AP) Lélia Brun (MT), Maria Domingas (PA) e Vinicius Lages (AL) – além de Renato Campos Carvalho, vice-presidente da Fecomércio e presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae SC, e Marcela Flores, presidente da Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras.

Por Hérica Marmo e Igor Novello, de Lisboa