Cientistas descobriram que um cometa mudou a direção do seu trajeto para fora do Sistema Solar após um contato imediato com o planeta Saturno.
O Cometa A117uUD foi descoberto em junho deste ano pelo conjunto de telescópios da NASA, o ATLAS. Análises de 142 observações recriaram a órbita do cometa em volta do Sol.
Com isso, os astrônomos revelaram que, em 2022, o cometa passou próximo de Saturno – o segundo maior planeta do Sistema Solar. Assim, a interação gravitacional do planeta com anéis alterou a órbita do A117uUD para uma trajetória elíptica alta, acelerando e empurrando o cometa para fora do Sistema Solar.
Após simular o trajeto do A117uUD, os cientistas constataram que o cometa sairia do Sistema Solar, viajando em uma velocidade de quase 11 mil km/h — cinco vezes mais rápido que um jato supersônico.
Origem do cometa
Inicialmente, os cientistas consideraram que o cometa tinha uma origem extrassolar. Isso porque o A117uUD viaja em uma velocidade rápida o suficiente para escapar completamente da influência gravitacional do Sol. Porém, Saturno afetou profundamente a trajetória do cometa após a aproximação, impossibilitando que os cientistas reconstruam a jornada do cometa antes do evento.
A suspeita também se embasava na descoberta do primeiro objeto interestelar, o ‘Oumuamua, em 2017, com alguns cientistas acreditando que o objeto fosse um novo tipo de astro exótico — ou mesmo, uma nave alienígena — devido à sua forma peculiar.
Entranto, os cientistas conseguiram confirmar que o cometa arremessado por Saturno não é um objeto de fora do Sistema Solar.
A117uUD é apenas o segundo cometa a ser expulso do Sistema Solar após contato com um planeta que se tem registros. Em 1980, o cometa C/1980 E1 (Bowell) saiu do Sistema Solar após um encontro próximo com Júpiter.
“Conforme nossas descobertas, o cometa A117uUD possui similaridades com o C/1980 E1 (Bowell)”, afirmam os cientistas em estudo publicado no fim de julho.
De acordo com os cientistas, duas mudanças de trajetória após encontros planetários ocorrendo em menos de 45 anos indicam que tais eventos são “relativamente frequentes”.