A startup norte-americana SurgiBox desenvolveu uma mini sala cirúrgica portátil, com o objetivo de permitir operações médicas em casos de emergência longe do hospital. O equipamento SurgiField já está em uso na guerra da Ucrânia, onde muitos centros clínicos foram afetados pelo conflito bélico.
Por enquanto, o equipamento que permite cirurgias em locais “normais” só tem licença de uso para situações extremas, como é o caso da Guerra na Ucrânia. No entanto, os responsáveis pelo desenvolvimento da tecnologia planejam ampliar as autorizações de uso, já que proporciona ambientes estéreis e seguros para os cirurgiões.
Como funciona a sala de cirurgia portátil?
O sistema para cirurgias da SurgiBox consiste, basicamente, na criação de uma espécie de bolha de ar, feita com um tipo de plástico transparente, no local em que o processo irá ocorrer. Por exemplo, se a cirurgia for no abdômen, esta será a única região a ser isolada, sendo acessível apenas pelas mãos do médico e pelos instrumentos cirúrgicos necessários.
Nos preparativos da cirurgia, o médico irá inflar, com ar ambiente, a estrutura estéril da bolha. Todo o processo de enchimento é automático, movido a bateria. Para evitar a presença de vírus, bactérias ou fungos, todo o ar que entra no ambiente é filtrado através de um filtro HEPA (Detenção Altamente Eficaz de Partículas). A pressão do ambiente também é controlada, evitando uma possível explosão.
A seguir, veja como acontece o processo de montagem da sala cirúrgica:
Como o material é transparente, o cirurgião tem total visão do que é efeito, não precisando adaptar nenhuma técnica cirúrgica. A aplicação da anestesia também ocorre sem a necessidade de adaptações. Após o procedimento, o material plástico deve ser descartado.
Uso da mini sala cirúrgica na Ucrânia
O maior teste prático da eficácia da tecnologia ocorre, agora, na Guerra da Ucrânia. Para auxiliar a população local, que está com acesso reduzido aos centros médicos convencionais, a startup já enviou duas remessas com mini salas cirúrgicas, totalizando mais de 80 kits. A última remessa foi despachada neste mês de maio.
Para além da população ucraniana, a ideia é distribuir o equipamento para o programa Médicos sem Fronteiras, que oferece ajuda médica e humanitária para diferentes grupos no globo. É possível que os kits também sejam usados, no futuro, em situações de emergência dentro de um lar de idosos ou na ambulância em caso de acidentes, por exemplo.
“Pensamos que a SurgiBox poderia ser usada para reduzir os custos de saúde e também dar aos médicos e pacientes mais flexibilidade”, afirma Mike Teodorescu, um dos fundadores da startup, para o blog MIT News. “Há todo um conjunto de custos associados à limpeza da sala de cirurgia e à preparação para os pacientes”, lembra, destacando os benefícios da nova estratégia.