Pesquisadores da Universidade Paderborn, na Alemanha, desenvolveram um robô autônomo, capaz de acertar uma bolinha no buraco de um campo de golfe com uma precisão de dar inveja ao campeão Tiger Woods e a qualquer outro ser humano amante desse esporte.
Segundo os cientistas, o bot foi treinado com um modelo de inteligência artificial (IA) baseado em física que combina e analisa vários fatores do jogo, como altura e aspereza da grama, velocidade do vento, índices de umidade relativa do ar e condições do terreno.
“Os campos de golfe não são planos como tapetes. Eles têm pequenas colinas e vales que prejudicam a velocidade da bola. Com esse pensamento, nós construímos um robô para resolver esse tipo de problema, levando em conta todos os elementos que impactam no sucesso de uma jogada”, explica a professora de engenharia robótica Annika Junker, autora principal do projeto.
Bom de bola
A maioria dos sistemas de inteligência artificial aprende estudando o trabalho dos outros — geralmente humanos —, procurando padrões comuns em milhares de amostras de dados que levam aos resultados desejados, com base em informações inseridas previamente.
No caso de um esporte como o golfe, essa abordagem é impraticável porque os resultados só se aplicariam a uma única tacada, sendo completamente diferentes entre uma jogada e outra. Por isso, para um robô jogar golfe ele deve ser capaz de aprender como fazer isso em tempo real.
“Não podemos usar modelos convencionais em um esporte com uma aleatoriedade tão presente. Precisamos ter a física ao nosso lado para entender como será cada movimento, cada resposta do robô, com base nos diversos fatores do ambiente que potencializam o índice de acertos”, acrescenta Junker.
Quase perfeito
Para construir esse sistema autônomo, os pesquisadores usaram um modelo baseado em física alimentado com dados sobre velocidade, peso da bola e variações do terreno, como vales e colinas. O modelo também levou em consideração o impacto do vento sobre a trajetória da bolinha.
Uma câmara foi instalada na parte de cima do campo para capturar essas irregularidades do ambiente, enviando todos os dados para o modelo de física que executa milhares de tentativas virtuais em tempo real, até encontrar uma capaz de acertar o buraco.
“Uma vez satisfeito com a abordagem correta, o sistema envia instruções ao bot, informando onde se posicionar e a velocidade ideal para golpear a bola. Os testes mostraram que o robô é capaz de acertar uma bolinha no buraco em até 70% das jogadas. Ainda não é perfeito, mas é absurdamente superior quando comparamos com um jogador de verdade”, encerra Annika Junker.
Por: Gustavo Minari