domingo,24 novembro, 2024

Retrospectiva ESG 2022: Energia solar dispara e supera capacidade instalada de Itaipu

A composição de matriz elétrica brasileira é bastante vasta. E o ano de 2022 comprovou como o Brasil tem se esforçado para tornar a sua produção elétrica mais sustentável e ainda mais diversificada. Dentre os destaques, merece menção o crescimento da energia solar fotovoltaica – que não só alcançou mas superou, pela primeira vez, a capacidade instalada de potência operacional de 14 gigawatts (GW) da Usina Hidrelétrica de Itaipu, segundo informações fornecidas pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), em março deste ano. 

O crescimento tem acontecido rapidamente. A energia solar ultrapassou a marca de 14 GW de potência operacional instalada. Hoje, a geração distribuída está na casa dos 16 GW com instalações em residências, comércios, produtores rurais e prédios públicos, segundo dados da Absolar. Atualmente, o Brasil tem mais de 1,3 milhão de sistemas solares fotovoltaicos conectados à rede, o que corresponde a mais economia e sustentabilidade ambiental para mais de 1,7 milhão de unidades consumidoras.

O CEO da Absolar, Rodrigo Sauaia, comenta que este avanço da energia solar vem acontecendo em grande parte por grandes usinas e geração em residências, pequenos negócios, propriedades rurais e prédios públicos. “A fonte ajuda a diversificar o suprimento de energia elétrica do País, reduzindo a pressão sobre os recursos hídricos e o risco de ainda mais aumentos na conta de luz da população”, afirma Sauaia.

Esse crescimento da energia solar foi rápido e constante. Essa modalidade de energia não só corresponde a fonte de energia renovável como utiliza o Sol, maior fonte energética renovável disponível. O que torna a energia solar uma energia limpa, sustentável, sem gases poluentes e inesgotável. A produção funciona da seguinte forma: com a captação do calor se produz energia solar térmica ou resulta na geração de energia elétrica. A energia solar tem se tornado cada vez mais barata. De 2010 a 2021, o custo caiu 82%, segundo dados da Agência Internacional de Energia (AIE).

“Além da forte ampliação que vem se estruturando para oferecer uma solução eficiente e um ambiente bastante competitivo no mercado, que vem contribuindo para que a energia solar seja competitiva para o consumidor final, nós tivemos a ampliação tanto das usinas solares e, mais recentemente, uma forte aceleração do mercado”, afirma Márcio Takata, conselheiro da Absolar.

Crescimento da energia solar mundial

De acordo com o “Global Market Outlook for Solar Power 2022-2026”, um estudo alemão apresentado na Intersolar Europe, conferência do setor solar na Europa, a energia solar vem crescendo e acompanhando as tendências sustentáveis. Em maio deste ano, a fonte solar ultrapassou a marca de 1 terawatt (TW) de potência instalada. Ainda segundo o estudo, o Brasil lidera o setor na América Latina, e deve se tornar um dos principais mercados nos próximos anos – podendo atingir 54 gigawatts (GW) de capacidade solar total até 2026.

Energia solar térmica nas indústrias

A energia solar térmica é uma alternativa para produção industrial, como nos casos da indústria têxtil, em que a fonte é usada no branqueamento e tingimento dos tecidos; na limpeza e tratamento de superfícies de máquinas de produção e chapas metálicas; e até na fabricação de cerveja. Porém, o processo ainda é pouco utilizado na indústria. A energia solar térmica permite aquecer a água até 100 ºC ou facilitar a criação de vapor. Segundo o presidente da Abrasol (Associação Brasileira de Energia Solar Térmica), Luiz Antonio dos Santos Pinto, grande parte da demanda de calor industrial está abaixo dos 90 ºC.

“O aquecimento solar para processos industriais pode economizar uma quantidade significativa de custos de energia e combustíveis fósseis ao longo dos 30 anos de vida útil dos equipamentos, contribuindo significativamente para a competitividade industrial brasileira. As aplicações podem produzir calor o ano inteiro e incluir sistemas de armazenamento, que permitem operar durante a noite”, afirma o presidente.

Quanto custa instalar energia solar no Brasil

De acordo com a empresa de franquias de sistemas fotovoltaicos Portal Solar, um sistema solar instalado profissionalmente no Brasil, que consiga gerar um consumo de energia de R$ 500 por mês, custa entre R$ 20.000 a R$ 35.000. 

Conforme o levantamento do Portal Solar, considerando o valor médio da conta de luz de uma residência de R$ 500, os valores para cada região seria: Investimento de R$ 21,7 mil, com retorno em 4 anos para o Norte. Já o Nordeste contaria com um investimento de R$ 27,8 mil, com retorno em 5 anos. Os preços aumentam consideravelmente no Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país. Consumidores do Sul, teriam que contar com um investimento de R$ 33,6 mil, com retorno dentro de 5 anos, enquanto no Sudeste o investimento seria de R$ 33,7 mil, com retorno em 6 anos. E consumidores do Centro-Oeste contariam com um investimento de R$ 33,4 mil, com retorno maior tempo, 7 anos.

Energia solar gratuita no Brasil?

Segundo a equipe da Absolar, é possível que a energia solar se torne um insumo disponível para todos. O presidente do Conselho de Administração da Associação, Ronaldo Koloszuk, afirma: “a energia solar está ficando cada vez mais barata. Quem cotou uma instalação há dois e achou caro, hoje não acha mais”. Outro benefício que corrobora para a democratização do acesso à energia solar é a sua facilidade de instalação. Enquanto uma usina de grande porte é concluída em uma ano e meio, deve levar cerca de 10 anos para concluir a construção da usina nuclear de Angra 3.

A fonte elétrica solar está barateando, cada vez mais, que pode até sair de graça em um futuro próximo. “É o que mostra um estudo da Singularity University”, diz Koloszuki. “O carro elétrico trará uma grande transformação no setor de energia. A oferta crescerá tanto que a energia será compartilhada como se faz com o Wi-Fi”, conclui.

Por: Fernanda Bastos

Redação
Redaçãohttp://www.360news.com.br
1º Hub de notícias sobre inovação e tendências da região Centro-Oeste e Norte do Brasil.

LEIA MAIS

Recomendados