O governo de Rishi Sunak, primeiro-ministro do Reino Unido, foi instado a “colocar a mão na massa” para controlar a inteligência artificial
Enquanto se prepara para sediar uma cúpula global sobre segurança da inteligência artificial (IA), o governo de Rishi Sunak, primeiro-ministro do Reino Unido, foi instado a agir. Membros do Parlamento (MPs) disseram que o país deve introduzir uma nova legislação para controlar a tecnologia, senão ficará para atrás em relação à União Europeia (UE) e os EUA.
Para quem tem pressa:
- Os Membros do Parlamento do Reino Unido (MPs) pressionam o governo do primeiro-ministro Rishi Sunak a introduzir nova legislação para regular a IA;
- Esses MPs estão preocupados com o atraso do país em relação à União Europeia e aos Estados Unidos na definição das regulamentações para inteligência artificial;
- O apelo surge à medida que o Reino Unido se prepara para sediar uma cúpula global de segurança sobre essa tecnologia em Bletchley Park em novembro;
- O relatório do comitê destaca 12 desafios de governança relacionado ao tema e recomenda uma discussão internacional abrangente na cúpula de Bletchley.
O comitê de ciência, inovação e tecnologia apontou, na quinta-feira (31), que a abordagem regulatória delineada recentemente pelo governo corria o risco de ficar para trás na definição do ritmo para a regulamentação da tecnologia, segundo o jornal The Guardian.
A tal cúpula global de segurança da IA está agendada para novembro, num local histórico da Segunda Guerra Mundial.
IA e Reino Unido
O relatório do comitê, que apresenta um parágrafo introdutório escrito pelo ChatGPT, destaca 12 desafios de governança relacionados à IA que os formuladores de políticas precisam abordar.
Entre eles, estão:
- Abordar o viés em sistemas de IA;
- Sistemas que produzem conteúdo deepfake que distorce o comportamento e opiniões de alguém;
- Falta de acesso aos dados e poder de computação necessários para construir sistemas dessa tecnologia;
- Regulamentação de IA de código aberto, no qual o código por trás de uma ferramenta é disponibilizado gratuitamente para uso e adaptação;
- Proteção dos direitos autorais do conteúdo usado para construir ferramentas de IA;
- Lidar com o potencial de sistemas de IA criarem ameaças existenciais.
Esses desafios guiarão as discussões na cúpula de Bletchley, onde estarão presentes governos internacionais, principais empresas de IA e pesquisadores.
Um porta-voz do governo disse que o potencial da IA deve ser aproveitado “de maneira segura e responsável” e que a próxima cúpula de IA abordará a ameaça de riscos e danos da tecnologia.
Contexto
Enquanto a UE lidera na regulamentação de tecnologia com o Ato de IA, a Casa Branca dos EUA discute ativamente uma carta de direitos da IA. E o líder da maioria no Senado por lá, Chuck Schumer, lançou um esquema para desenvolver regulamentações de IA.
A IA generativa – tecnologia do “motor” de plataformas como ChatGPT e o Midjourney, que geram texto, imagens e áudio a partir de dados da internet – ganhou atenção política e gerou discussões sobre seu impacto.
O governo britânico publicou um “livro branco”, também chamado de “white paper” – documento oficial a fim de servir de informe ou guia sobre algum problema e como enfrentá-lo – relacionado à IA, em março.
Neste documento, o governo estabelece cinco princípios orientadores para o gerenciamento da tecnologia: segurança, transparência, equidade, responsabilidade e a capacidade de novos entrantes desafiarem os players estabelecidos em IA.
O governo também sugere no “white paper” contar com reguladores existentes, como a autoridade de proteção de dados do Reino Unido e a Ofcom, para integrar princípios de IA em seus trabalhos.
Sem ação imediata, a nova legislação de IA pode não ser promulgada até o final de 2025, quase três anos após a publicação do “livro branco”.
Fonte: Olhar Digital