quinta-feira,21 novembro, 2024

Reino Unido enfrenta pressão para liderar regulação da IA

O governo de Rishi Sunak, primeiro-ministro do Reino Unido, foi instado a “colocar a mão na massa” para controlar a inteligência artificial

Enquanto se prepara para sediar uma cúpula global sobre segurança da inteligência artificial (IA), o governo de Rishi Sunak, primeiro-ministro do Reino Unido, foi instado a agir. Membros do Parlamento (MPs) disseram que o país deve introduzir uma nova legislação para controlar a tecnologia, senão ficará para atrás em relação à União Europeia (UE) e os EUA.

Para quem tem pressa:

  • Os Membros do Parlamento do Reino Unido (MPs) pressionam o governo do primeiro-ministro Rishi Sunak a introduzir nova legislação para regular a IA;
  • Esses MPs estão preocupados com o atraso do país em relação à União Europeia e aos Estados Unidos na definição das regulamentações para inteligência artificial;
  • O apelo surge à medida que o Reino Unido se prepara para sediar uma cúpula global de segurança sobre essa tecnologia em Bletchley Park em novembro;
  • O relatório do comitê destaca 12 desafios de governança relacionado ao tema e recomenda uma discussão internacional abrangente na cúpula de Bletchley.

O comitê de ciência, inovação e tecnologia apontou, na quinta-feira (31), que a abordagem regulatória delineada recentemente pelo governo corria o risco de ficar para trás na definição do ritmo para a regulamentação da tecnologia, segundo o jornal The Guardian.

A tal cúpula global de segurança da IA está agendada para novembro, num local histórico da Segunda Guerra Mundial.

IA e Reino Unido

(Imagem: Shutterstock)

O relatório do comitê, que apresenta um parágrafo introdutório escrito pelo ChatGPT, destaca 12 desafios de governança relacionados à IA que os formuladores de políticas precisam abordar.

Entre eles, estão:

  • Abordar o viés em sistemas de IA;
  • Sistemas que produzem conteúdo deepfake que distorce o comportamento e opiniões de alguém;
  • Falta de acesso aos dados e poder de computação necessários para construir sistemas dessa tecnologia;
  • Regulamentação de IA de código aberto, no qual o código por trás de uma ferramenta é disponibilizado gratuitamente para uso e adaptação;
  • Proteção dos direitos autorais do conteúdo usado para construir ferramentas de IA;
  • Lidar com o potencial de sistemas de IA criarem ameaças existenciais.

Esses desafios guiarão as discussões na cúpula de Bletchley, onde estarão presentes governos internacionais, principais empresas de IA e pesquisadores.

Um porta-voz do governo disse que o potencial da IA deve ser aproveitado “de maneira segura e responsável” e que a próxima cúpula de IA abordará a ameaça de riscos e danos da tecnologia.

Contexto

(Imagem: Thinkstock)

Enquanto a UE lidera na regulamentação de tecnologia com o Ato de IA, a Casa Branca dos EUA discute ativamente uma carta de direitos da IA. E o líder da maioria no Senado por lá, Chuck Schumer, lançou um esquema para desenvolver regulamentações de IA.

A IA generativa – tecnologia do “motor” de plataformas como ChatGPT e o Midjourney, que geram texto, imagens e áudio a partir de dados da internet – ganhou atenção política e gerou discussões sobre seu impacto.

O governo britânico publicou um “livro branco”, também chamado de “white paper” – documento oficial a fim de servir de informe ou guia sobre algum problema e como enfrentá-lo – relacionado à IA, em março.

Neste documento, o governo estabelece cinco princípios orientadores para o gerenciamento da tecnologia: segurança, transparência, equidade, responsabilidade e a capacidade de novos entrantes desafiarem os players estabelecidos em IA.

O governo também sugere no “white paper” contar com reguladores existentes, como a autoridade de proteção de dados do Reino Unido e a Ofcom, para integrar princípios de IA em seus trabalhos.

O ‘livro branco’ sobre IA deve ser recebido como um esforço inicial para se envolver com essa tarefa complexa, mas sua abordagem proposta já está arriscando ficar para trás no ritmo de desenvolvimento da IA. Essa ameaça é tornada mais aguda pelos esforços de outras jurisdições, principalmente a União Europeia e os Estados Unidos, para estabelecer padrões internacionais.

Comitê de ciência, inovação e tecnologia

Sem ação imediata, a nova legislação de IA pode não ser promulgada até o final de 2025, quase três anos após a publicação do “livro branco”.

Fonte: Olhar Digital

Redação
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