Hoje (13), o Google homenageia o 110° aniversário da primeira engenheira negra do Brasil, a paranaense Enedina Alves Marques. A profissional se formou em 1940 pela Universidade Federal do Paraná, superando todos os obstáculos e assédios cometidos por professores e colegas na época.
Nascida em Curitiba, Paraná, em 13 de janeiro de 1913, ela trabalhou como empregada doméstica e babá da família do delegado e major Domingos Nascimento Sobrinho. O chefe bancou os estudos de Enedina Alves em colégios particulares para ela acompanhar sua filha.
Quando se formou, Enedina Alves começou a carreira na Secretaria Estadual de Transportes e Obras Públicas como auxiliar de engenharia, quando colocou seus conhecimentos em prática. Depois disso, foi transferida para o Departamento Estadual de Águas e Energia Elétrica, trabalhando no Plano Hidrelétrico do estado e gerenciando o aproveitamento de água dos rios Capivari, Cachoeira e Iguaçu.
Segundo o designer Luiz Renato Roble, Enedina Alves era conhecida por usar macacão no ambiente de trabalho e por sempre carregar uma arma na cintura. A engenheira dava tiros para o alto para se fazer ser ouvida entre os homens que trabalhavam na área.
Contribuição com hidrelétricas
O trabalho de Enedina Alves foi contribuir com a construção da Usina Hidrelétrica do Paraná nos rios da região — entre as unidades, a Usina Capivari-Cachoeira, a maior hidrelétrica subterrânea.
A engenheira teve suas contribuições para o Paraná e para a engenharia reconhecidas no Memorial à Mulher, onde seu nome está gravado ao lado de outras 53 mulheres. Há uma rua em Curitiba que leva o nome da engenheira e, em 2006, foi inaugurado o Instituto de Mulheres Negras Enedina Alves Marques em Maringá (PR), responsável pela organização de palestras, seminários e outros eventos que discutem a participação da mulher negra na sociedade e no mercado de trabalho.
Por: Igor Almenara