sábado,23 novembro, 2024

Quatro maneiras em que o 5G pode habilitar ainda mais o Metaverso

O termo Metaverso vem originalmente do romance em estilo Cyberpunk de 1992, “Snow Crash”, escrito pelo autor estadunidense Neal Stephenson. Ele foi usado para descrever uma realidade virtual 3D sucessora da Internet onde avatares controlados por humanos interagem entre si e “agentes de software”. Embora seja improvável que a ideia central de Stephenson de um mundo 3D singular como substituto da Internet aconteça, muitos de seus conceitos e de sua ficção já se tornaram realidade.

Crescendo em outra vertente, uma tecnologia que também vêm sendo bastante discutida é o 5G, a quinta geração de comunicações sem fio. Isso tudo começa com voz analógica no 1G, perpassa ao 2G que permite voz digital e mensagens de texto, adentra ao 3G que traz à internet sem fio básica e vídeo de baixa definição e por fim, desenvolve a atual rede 4G onipresente, na qual é possível suportar acesso móvel à web, jogos, vídeo de alta definição e videoconferência.

O 5G permite taxas de dados muito mais altas, latência reduzida, maior capacidade do sistema e conectividade de vários dispositivos – exatamente o que o Metaverso precisa. Essa camada de infraestrutura totalmente nova possibilita todos os tipos de experiências incríveis, tornando-se não somente mais uma ferramenta, mas sim um canteiro de obras inteiro, do qual estamos apenas arranhando a superfície. Para se ter uma noção, aqui estão quatro maneiras pelas quais a tecnologia 5G permitirá o futuro desse novo universo:

  1. Conexão em qualquer lugar

Embora se possa ter uma experiência interessante de realidade aumentada ou realidade virtual sozinho, o Metaverso é mais do que apenas algo individual, ele é uma realidade digital persistente composta de grandes quantidades de informações e atividades. No momento em se precisa de uma conexão com fio ou Wi-Fi rápido para se conectar, o 4G simplesmente não oferece o tipo de banda larga necessária para suportar a conexão direta com uma rica experiência dentro desse universo imersivo.
Portanto, é imprescindível baixar a maior parte de uma experiência local antes de entrar nela. Para se conectar diretamente ao Metaverso, é preciso esperar, em média, 100s de Mbps que apenas o 5G pode fornecer.

  1. Fator de forma de hardware menor

Um dos objetivos do futuro no Metaverso não é apenas a experiência que se obtém ao se conectar a ele, mas também a realidade do hardware que será necessário. Atualmente, os fones de ouvido Realidade Aumentada e Realidade Virtual são grandes e volumosos, geralmente conectados por meio de um cabo a uma máquina de jogos de última geração.

Visando melhorar essa situação, o atual objetivo é que haja brevemente um fone de ouvido com o formato de um par de óculos sem fio de aparência normal que se possa usar o dia todo. No entanto, a realidade do mercado no presente é que mesmo o melhor headset VR autônomo para consumidores, têm mais de um quilo de hardware conectado ao rosto.

Embora a tendência de miniaturização tenha servido bem, com o modelo atual, é essencial que se baixe uma experiência inteira e execute-a localmente. Com uma conexão 5G, é possível se conectar a uma experiência em execução na borda e transmiti-lá ao seu fone de ouvido para vivenciá-la imediatamente. Isso elimina a necessidade de grande parte dos componentes geradores de calor dos fones de ouvido atuais e reduz as necessidades de resfriamento e energia.

  1. Renderização remota

Um dos maiores ganhos com o 5G e o Metaverse é a renderização remota. Ao fazer todo o “trabalho pesado” da renderização na borda, a experiência pode ser transmitida de maneira semelhante ao streaming de um filme. Atualmente, um usuário normalmente precisa de um computador de jogos de última geração para executá-los e as redes 4G são um gargalo para implementar o acesso rápido a tais opções imersivas.

Outra vantagem do 5G sobre o 4G é a latência reduzida. A latência é a quantidade de tempo que leva para que os dados sejam transferidos entre sua origem e seu destino, geralmente medido em milissegundos (ms). Essa latência está diretamente conectada com quantos quadros por segundo (FPS) podem ser transmitidos para um fone de ouvido. Em taxas de quadros lentas, 15-30 FPS, apenas virar a cabeça pode deixar as pessoas doentes na realidade virtual e é considerado o mínimo para a maioria dos videogames. 60 FPS é considerado mais ideal e um mínimo para a RV, com 90 FPS sendo o padrão atual mais confortável de uso.

Apesar de a maioria dos recursos de Realidade Aumentada, com uma taxa de quadros lenta não deixar necessariamente alguém doente – pois se está olhando principalmente para o mundo real – não parece a maneira mais confortável para utilizar todo o potencial dessa aventura de imersão. A latência média de 4G é de cerca de 50ms, resultando em uma taxa de quadros de cerca de 20FPS, muito lenta para uma experiência regular no Metaverso. Com a latência do 5G de menos de 10ms, as taxas de quadros são mais convidativas, de aproximadamente 90FPS e para o futuro, a renderização remota pode ser mantida.

  1. Ampliação da realidade

Ainda que a Realidade Virtual tenha uma grande capacidade de tirá-la do mundo real e a Realidade Aumentada possa mostrar o virtual sobre o mundo real, o Santo Graal do Metaverso é combinar os dois com a Realidade Estendida. Para permitir uma realidade estendida realista, é preciso mapear digitalmente o mundo real. Este mapa é usado para fornecer contexto à realidade estendida, permitindo que objetos virtuais sejam persistentemente ancorados em um local no mundo real e experimentados por muitos, e não apenas exibidos temporariamente para um único usuário.

Para experiências simples, como mencionado acima, talvez seja necessário fazer isso apenas localmente. Entretanto, para habilitar isso em uma escala mundial ou distrital, é de suma importância um mapa compartilhado muito maior. Este gêmeo digital do mundo é referido como a internet espacial. Essa internet espacial não apenas conteria a forma mapeada do mundo e os objetos virtuais que ele contém, mas também vincularia a metainformação. Uma escultura virtual em um parque, por exemplo, pode ser conectada através de dados, disponibilizando as informações em relação ao artista que a fez.

Novamente, o 5G permite a conexão com todos os dispositivos que o utilizam para ver um Metaverso em amplitude global, ao mesmo tempo em que, sua visualização está sendo usada para atualizar o mapa em tempo real.

*Adriano da Silva Santos é jornalista, escritor e colunista de editorias de criptomoedas, economia, investimentos, sustentabilidade e tecnologia voltada à medicina

Fonte: Olhar Digital

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