quinta-feira,19 setembro, 2024

Publicação reúne recomendações para manter açaí sustentável; setor vive expansão

Produção, que registra forte crescimento com apoio nas exportações, tem com base sistemas agroextrativistas, mas prática da monocultura ganha espaço

Produto de destaque entre as riquezas amazônicas exportadas pelo Brasil, o açaí vem mantendo uma demanda constante tanto no mercado interno quanto no internacional, o que vem sendo acompanhado com atenção para a manutenção de uma cadeia de produção sustentável.

A radiografia do setor hoje tem como centro o estado do Pará, que representa mais de 94% das exportações brasileiras da fruta. Entre 2011 e 2020, esse comércio se multiplicou por mais de 140, segundo dados da Abafrutas, saltando de 41 toneladas exportadas em 2011 para o recorde de 5.937 toneladas em 2020, chegando a 40 países. Em outras regiões, o fruto vem sendo cultivado muitas vezes em monoculturas.

Para estimular uma produção que mantenha florestas de pé e promova o bem-estar social dos atores envolvidos, a rede Diálogos Pró-Açaí, iniciativa que reúne cooperativas, fabricantes e entidades como a Embrapa, entre outras, lança na próxima semana o Caderno de Recomendações para a Cadeia de Valor do Açaí, com foco na sustentabilidade ambiental, social e econômica do setor.

O lançamento da publicação ocorre durante webinar promovido na terça-feira (30) pelo Instituto Terroá, realizador do caderno e entidade integrante da rede Diálogos Pró-Açaí. Para acompanhar o evento online, é possível inscrever-se gratuitamente na página do evento.

“A produção do açaí, na contramão do monocultivo, é em sua grande parte agroextrativista. Esse caderno traz recomendações para mantermos a produção do açaí na floresta, com sustentabilidade, agregando valor no mercado nacional e internacional, gerando emprego e renda a partir da conservação”, explica Renata Guerreiro, coordenadora de projetos do Instituto Terroá.

O Caderno de Recomendações para a Cadeia de Valor do Açaí é dirigido principalmente a empreendimentos comunitários tradicionais, agroextrativistas e artesanais, setor privado, governo, universidades e centros de pesquisa e organizações da sociedade civil.

Para elaborar a publicação, foram consultados estudos e documentos científicos sobre a produção do açaí. O caderno reúne 436 recomendações com foco na sustentabilidade da cadeia de valor do fruto.

Entre os temas analisados e comentados, estão a regularização tributária, coma sugestão de uma política federal de isenção fiscal para produtos agroextrativistas de povos e comunidades tradicionais; no tema dos direitos humanos, o material aborda ações de combate ao racismo ambiental e ao trabalho infantil; na temática da comercialização, o caderno analisa desde as etapas iniciais da produção até questões como o acesso a crédito rural e políticas públicas.

Ao todo são nove temas fundamentais abordados pelo caderno: normas regulatórias, direitos humanos, assistência técnica e extensão rural, manejo florestal sustentável, beneficiamento, comercialização, organização social, pesquisa e inovação, e articulação intersetorial.

Texto: Redação Um Só Planeta

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