Unidade de pesquisa do MCTI, em parceria com a Universidade Federal Rural de Pernambuco e a Estação Ecológica do Tapacurá, tem alcançado avanços na preservação da bromélia cascavel, espécie em risco de extinção

Os pesquisadores do Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene) estão desenvolvendo um trabalho essencial para a preservação de plantas nativas da Mata Atlântica. Entre as espécies estudadas, destaca-se a bromélia cascavel (Cryptanthus zonatus), que enfrenta sérias ameaças à sua sobrevivência, como o desmatamento, a coleta ilegal e os efeitos das mudanças climáticas. Em colaboração com a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e a Estação Ecológica de Tapacurá, o Cetene, vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, tem obtido avanços notáveis na recuperação dessa espécie emblemática.

Uma das principais ferramentas para a reprodução da espécie em questão, assim como de outras, é o desenvolvimento de técnicas de micropropagação in vitro. O Cetene já disseminou 180 mudas de espécies em risco, sendo 50 delas de bromélia cascavel. O método é um importante aliado na reintrodução no ambiente natural, além de assegurar a preservação genética e a continuidade da espécie.

“Trabalhar com espécies ameaçadas de extinção tem um problema, que é justamente encontrar as matrizes. Como elas estão ameaçadas, não é fácil encontrar a planta que utilizamos como explante original para fazer essa propagação. Então, nessa etapa de busca e localização dessas matrizes, tivemos o suporte da equipe do Jardim Botânico do Recife. Juntamente com a equipe do Cetene e conseguimos localizar essas mudas e essas matrizes, que foram coletadas e trazidas para o laboratório”, relatou a pesquisadora responsável pelo programa Mata Atlântica, Laureen Houllou.

Segundo o gestor da Estação Ecológica de Tapacurá, Reinaldo Souza, o trabalho realizado pelo Centro  é importante para a preservação do bioma da Mata Atlântica. “É fundamental o papel que o Cetene desempenha na produção dessas mudas. E essa parceria que estabelecemos é imprescindível; com certeza vai contribuir bastante para que o bioma da Mata Atlântica se mantenha vivo e de pé, atendendo às necessidades florestais que temos no estado de Pernambuco”, afirmou.

“O nosso principal objetivo é recuperar e enriquecer o bioma da Mata Atlântica. A ideia não é apenas criar mudas, mas também garantir que, daqui a 5 ou 10 anos, possamos retornar aos locais de reintrodução e encontrar novas plantas para dar continuidade ao ciclo de propagação”, enfatizou Laureen Houllou.

O Cetene atua em várias frentes para combater a perda de biodiversidade na Mata Atlântica. Com o suporte de parcerias estratégicas e o uso de tecnologias inovadoras, o objetivo é que outras espécies ameaçadas também possam ser preservadas, assegurando a proteção desse bioma para as gerações futuras.