segunda-feira,23 setembro, 2024

Projeto Aguaduna cria cidade inteligente e sustentável na Bahia

Apreciadoras do Nordeste brasileiro há vários anos, as famílias espanholas Matutes Mestre e Espallargas decidiram investir na região por meio da criação de um projeto imobiliário que fosse, ao mesmo tempo, um ecossistema de inovação aberta e um modelo de cidade inteligente e sustentável, dedicado a recuperar o equilíbrio entre a sociedade e a natureza. Nascia, assim, a concepção de Aguaduna, que reunirá em um mesmo complexo habitacional e urbanístico centros de turismo e negócios tecnológicos no município de Entre Rios, no litoral norte da Bahia.

“Não queríamos criar um projeto na Bahia que fosse apenas turístico, mas que fosse também inovador. Nosso objetivo é levar mais qualidade de vida para os moradores dessa região, que tem uma natureza esplendorosa, mas que ainda carece de infraestrutura para serviços básicos como educação e saúde”, explica Manuel Matutes, sócio da Kei Cities, empresa de desenvolvimento de sistemas urbanos que comanda o projeto.

A meta do projeto é beneficiar cerca de 380 mil pessoas com o empreendimento, que deverá criar mais de 30 mil postos de trabalho. “As cidades devem ser vistas como parte dos projetos de inovação. Poder público e privado devem pensar sobre sustentabilidade social e ambiental para atingirem resultados econômicos positivos”, diz Matutes.

 Aguaduna deve usar energias renováveis dentro de um modelo de mobilidade limpa, compartilhada e autônoma  — Foto:  Divulgação/Kei Cities

Aguaduna deve usar energias renováveis dentro de um modelo de mobilidade limpa, compartilhada e autônoma — Foto: Divulgação/Kei Cities

O Aguaduna conta com o apoio de equipes multidisciplinares na Espanha, Brasil e Estados Unidos, além de parceiros estratégicos como a Siemens, responsável pela implementação de soluções e tecnologias que pretendem transformar a cidade em referência no uso de dados. Serviços digitais e o big data serão usados em áreas como eletrificação, gerenciamento de resíduos, segurança e mobilidade.

Além da Siemens, empresas como SegurPro, Enel X, Cetrel, Atos e a Organização Mundial do Turismo (UNWTO) apoiam o projeto. A cidade inteligente de Aguaduna tem um investimento total estimado em 2 bilhões de euros. Desse total, mais de 20 milhões de euros já foram aplicados na primeira fase de construção.

Energia renovável e mobilidade limpa

De acordo com Manuel Matutes, a comunidade terá entre seus principais pilares a economia circular, o uso de energias renováveis e o foco em um modelo de mobilidade limpa, compartilhada e autônoma. “No que se refere à energia renovável, o Brasil é uma potência mundial. E alguns dos maiores desafios estão relacionados a mudanças de padrões de consumo, e não a tecnologias específicas. Essas inovações já estão entre nós”, diz.

O projeto de mobilidade de Aguaduna tem como base um terminal intermodal, que permitirá a circulação de meios de transporte sustentáveis, individuais e coletivos. O sistema será gerenciado por um software de uso público, que promoverá a mobilidade compartilhada de curta e longa distância. Já o modelo de gerenciamento de energia terá sistemas próprios de geração, distribuição e controle central, de forma a ampliar a sua eficiência. Isso inclui o uso da energia renovável a partir de uma matriz diversificada que engloba energia solar, eólica e biomassa.

Apenas 14% do terreno será ocupado por estradas e edificações. Os 86% restantes serão superfícies permeáveis, sendo 37% composto por áreas protegidas (Mata Atlântica, lagoas naturais e dunas) e 49% formado por áreas verdes, parques e espaços urbanizados.

Ainda em fase de desenvolvimento, o projeto deve entrar em breve na sua segunda etapa, que consiste no desenvolvimento de parcerias com companhias para a instalação da infraestrutura, com desenvolvedores verticais. O intuito é capitalizar o projeto Aguaduna, oferecendo acordos de licenciamento exclusivos para empresas inovadoras.

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