Ainda que a euforia em torno do tema metaverso tenha dado espaço, nas primeiras semanas do ano, à inteligência artificial, o conceito segue aparecendo nas pesquisas como algo promissor para 2023. Porém, agora, de forma mais concreta. Levantamento da NTT Data e MIT Technology Review apontou que as tecnologias derivadas do conceito imersivo chamado de metaverso estão no topo de prioridade do marketing digital em 2023 sendo considerado por 70% das empresas da América Latina neste ano.
De acordo com um novo estudo da Boston Consulting Group (BCG), atualmente, as indústrias relacionadas ao metaverso movimentam R$ 1,3 trilhão (o equivalente a US$ 250 bilhões) e devem gerar mais de R$ 2 trilhões (US$ 400 bilhões até 2025). Em especial, no Brasil, um segmento importante desta indústria vem crescendo de forma acelerada: a produção e gestão de avatares. Nos últimos dois anos, startups brasileiras especializadas e celebridades já desenvolveram mais de 40 personificações digitais que somadas e considerando um custo de manutenção e gestão de até R$ 150 mil por mês movimentam quase R$ 10 milhões mensais.
A Biobots, que surgiu com a criação da Satiko, avatar da apresentadora Sabrina Sato, em 2021, tem uma fila de produção que inclui mais de 6 avatares em desenvolvimento. Nos últimos dois anos, foram lançados, além de Satiko, Pink (Boca Rosa), Deby Dry e Mary Flower (Deborah Secco e Maria Flor), Luz (Luiza Possi), Bert (Alberto Cordeiro), Ninaverso (Nina Silva) e Eddy (Duda Nagle). Em breve serão anunciados Cauã Reymond, Rafa Kalimann, Natalia Beauty, Astrid, Angélica, Lucas Guimarães e Carlinhos Maia.
No início da semana, a empresa lançou o avatar de Ticiane Pinheiro. A Tarcilla, jornalista virtual, surge para atuar como curadora, jornalista e apresentadora. “Tarcilla é uma ferramenta importante de adaptação às necessidades do mercado. Vinha acompanhando esse universo e me surpreendi com o poder da comunicação desses influenciadores e a flexibilidade para atender às necessidades dos seguidores, marcas e corresponder aos valores para que foram desenvolvidos. Além de ser minha extensão como narrativa e inovar os meus negócios, desenvolvi Tarcilla para alcançar uma nova geração de seguidores, como a Geração Z, que vem influenciando as taxas de engajamento com suas inúmeras maneiras de se comunicar”, diz Ticiane.
Ricardo Tavares, CEO da Biobots, explica que, em 2022, a ideia de metaverso, Web3 e suas tendências começaram a vir à tona de maneira muito positiva, já que mesmo que sem serem populares, avatares e NFTs passaram a fazer parte de discussões e estratégias de empresas e profissionais. “Para 2023, acredito que daremos início a materialização de muitos projetos da Biobots e reforçar a importância da construção e gestão de comunidades sólidas dentro do metaverso. Lançaremos mais avatares, mas criaremos projetos robustos que envolvam esses avatares”, destaca Tavares.
Outro projeto em expansão, lançado em outubro do ano passado, é o avatar Galis, da apresentadora Adriane Galisteu, desenvolvido em parceria com o Mercado Bitcoin. “O MB ainda aposta muito na tese e no desenvolvimento dos conceitos de metaverso. Contudo, observando e construindo com em conjunto aos nossos parceiros Druid e Adriane Galisteu. Destaco a palavra parcimônia uma vez que é sempre muito importante separar o hype das possibilidades reais. Nosso projeto segue firme e em evolução. No entanto, optamos por estudar mais algumas tecnologias inclusive de inteligência artificial para tangibilizarmos e flexibilizarmos mais o uso desses avatares. Esperamos com isso colaborar com a educação do mercado, engajar clientes em produtos que distribuímos relacionados a metaverso e games”, diz Robson Harada, CMO do MB.
Por: Luiz Gustavo Pacete