sábado,23 novembro, 2024

Por que os investidores não querem colocar mais dinheiro em empresas de inteligência artificial

Em entrevista ao NegNews, o especialista em IA Diogo Cortiz comenta o recuo dos investidores, as apostas do governo brasileiro em inteligência artificial e os rumos da regulação da tecnologia

Quando as Bolsas de Valores derreteram, no início de agosto, um dos fatores responsáveis pela queda foi o temor dos investidores em relação ao futuro da inteligência artificial. Explica-se: muitos deles estão assustados com a quantidade de dinheiro que grandes empresas de tecnologia — como Microsoft, Alphabet, Amazon e Meta — estão gastando com seus sistemas de IA.

O movimento ganhou forma quando analistas de bancos como Goldman Sachs e fundos como Sequoia Capital e Barclays começaram a publicar relatórios dizendo que as chances de a inteligência artificial gerar lucros suficientes para pagar as centenas de bilhões de dólares que gigantes da tecnologia e capitalistas de risco investiram nela eram ínfimas.

“Os investidores começaram a achar que a promessa da inteligência artificial não era tão grande assim. E ficaram mais assustados ainda quando os CEOs do Google e da Amazon disseram que iam continuar investindo, com ou sem o apoio deles”, diz Diogo Cortiz. O especialista fala com conhecimento de causa. Professor de Tecnologias da Inteligência e Design Digital na PUC-SP e pesquisador convidado na Queen Mary University of London, tem um conhecimento profundo e analítico da tecnologia.

“Uma coisa que precisamos levar em consideração é que, quando bancos fazem seus relatórios sobre tendências, não percebem que a IA é uma área muito dinâmica. Então tudo que eles disseram tem um prazo de validade de dois meses”, diz Cortiz. “Hoje os grandes modelos de linguagem, que são extremamente caros, já estão sendo substituídos por modelos menores, mais otimizados e mais baratos também. Então o mercado vai achar um ponto de equilíbrio.

Em sua entrevista ao NegNews, Cortiz falou ainda sobre os pontos fortes e fracos do Plano Brasileiro para a IA e analisou a proposta de regulamentação que está rodando no Congresso.

Por Marisa Adán Gil e clayton rodrigues

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