Pesquisa mostra que luz artificial reduz vida de espécies urbanas

Uma nova pesquisa mostra a relação entre luzes artificiais e a queda no índice de sobrevivências de espécies de aves comuns em áreas urbanas e quintais em Washington DC. Já era sabido que a iluminação artificial é um perigo constante e fatal para aves migratórias, por conta da desorientação e das colisões com edificações.

A pesquisa avaliou dados coletados por pesquisadores e cientistas-cidadãos durante 20 anos e registrou uma queda na sobrevivência para as espécies: gato-cinzento e carriça-doméstica, por causa da poluição luminosa. Entretanto, os pesquisadores verificaram que a sobrevivência do robin-americano aumentou com a luz artificial. Salientam que o estudo pode indicar caminhos para conservação de aves urbanas que costumam viver em quintais.

O estudo foi focado em espécies generalistas que vivem em áreas metropolitanas e pode servir como ferramenta de sensibilização socioambiental para ajudar aves que vivem em quintais e próximas às casas, em função da poluição luminosa. A pesquisa foi realizada na North Carolina State University, por meio do programa de Pesca, Vida Selvagem e Biologia da Conservação.

Os dados usados do estudo foram fornecidos pelo Neighborhood Nestwatch Program, administrado pelo Smithsonian Migratory Bird Center, entre os anos de 2000 e 2020. Usando redes de captura de aves em 242 pontos, sobretudo, em quintais de áreas urbanas e também rurais da região metropolitana de Washington DC. Os espécimes foram marcados com pulseiras coloridas de identificação. Depois os cientistas-cidadãos buscaram as aves marcadas em seus bairros ao longo do ano.

Reprodução/Pixabay

Segundos os pesquisadores, o estudo concentrou-se em sete espécies de aves canoras, todas comuns na região da pesquisa: tordo-americano, chapim-da-carolina, carriça-da-carolina, gato-cinzento, carriça-doméstica, cardeal-do-norte e pardal-cantor. Para chegar aos resultados, os cientistas comparam os dados de campo da ciência cidadã com mapas da poluição sonora, poluição luminosa e áreas pavimentadas. Contudo, não encontraram relações da sobrevivência das espécies com a poluição sonora. Por outro lado, a poluição luminosa foi determinante na sobrevivência do gato-cinzento, da carriça-doméstica e do robin-americano.

Os cientistas explicam que o robin-americano começá a cantar cada vez mais cedo em áreas com poluição luminosa, ampliando o tempo que a espécie dispensará para encontrar parceiros e forragear. Apesar de o estudo ter focado em espécies que vivem Washington DC, o gato-cinzento e a carriça-da-carolina podem migra às vezes para regiões mais ao sul dos Estados Unidos, mas não chegam à América Central ou do Sul, portanto não são considerados migrantes de longas distâncias.

Os pesquisadores salientam que aves que migram podem ser mais afetadas com a poluição luminosa. A pesquisa foi financiada pela Alongside Wildlife Foundation e a North Carolina Wildlife Federation.

Criado em 2015, dentro do setor de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau, a Plataforma Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas ao estudo e conservação desses animais. Pesquisas científicas como levantamentos quantitativos e qualitativos, pesquisas sobre frugivoria e dispersão de sementes, polinização de flores, são publicadas na Darwin Society Magazine; produção e plantio de espécies vegetais, além de atividades socioambientais com crianças, jovens e adultos, sobre a importância em atuar na conservação das aves.

Da Redação, com informações de agências internacionais Fotos: Reprodução/Pixabay

Texto: pick-upau