Costumava ser apenas um termo reservado exclusivamente para correspondentes de tecnologia, mas agora quase não passa um dia sem que a inteligência artificial (IA) chegue às manchetes de uma forma ou de outra. Na semana passada, uma declaração publicada pelo Center for AI Safety alertou que isso poderia levar à extinção da humanidade. De forma menos dramática, uma análise recente das chamadas de ganhos de empresas públicas pela plataforma de dados de emissões Minimum descobriu que as discussões sobre IA dispararam.
De acordo com o estudo, as menções de ‘IA generativa’ cresceram 1.584% entre o terceiro e o quarto trimestre de 2022. O estudo também descobriu que a IA é mencionada com mais frequência do que os principais termos ESG, como ‘mudança climática’ e ‘gases de efeito estufa’, nos últimos quatro trimestres de ligações para investidores. O cofundador do Minimum, Freddie Evans, disse em um e-mail que a sustentabilidade e a IA são agora dois dos tópicos mais urgentes para os líderes empresariais atualmente.
Com isso em mente, quais são os principais setores de sustentabilidade nos quais a IA pode ajudar a criar um amanhã mais verde e limpo? O líder de serviços digitais da Arup, Will Cavendish, disse que deseja continuar a desenvolver e usar IA, ao mesmo tempo em que está ciente dos riscos, que precisam ser tratados adequadamente. Cavendish acrescentou que sempre que uma nova tecnologia é desenvolvida que é claramente benéfica e segura, existe uma ética para usá-la para o bem. Em particular, ele disse que a IA tem aplicativos particularmente poderosos no ambiente construído.
O fundador da IA que leva crédito pelo sucesso da difusão estável tem uma história de exagero. Ele acrescentou que pode lidar com alguns dos principais desafios causados pelo crescimento populacional, eventos climáticos extremos e a necessidade de construir espaços urbanos mais inclusivos. “Muito disso foi impulsionado pelo mundo dos transportes”, disse ele à Forbes em uma entrevista. “Veículos elétricos, conectados e autônomos têm intrinsecamente uma malha digital ao seu redor, e você simplesmente não pode operar essa malha digital sem IA, porque se você tiver um humano no centro, tudo dará errado.”
Cavendish acrescentou que as redes de energia estão migrando para IA e aprendizado de máquina para gerenciar a oferta e a demanda, à medida que avançam para sistemas de baixo carbono. “Será um mundo de geração renovável em escala muito menor, que vai e vem”, disse ele. “Terá um padrão de grade muito diferente, e os operadores precisarão ser capazes de entender isso e otimizá-lo.” Ele acrescentou que também há uma demanda crescente por sistemas de gerenciamento de tráfego habilitados para IA, que podem começar a prever o fechamento de estradas em caso de acidente e notificar os serviços de emergência quando necessário.
Cavendish acrescentou que também há aplicações para tornar as cidades urbanas mais resistentes a eventos climáticos extremos. Ele disse que a Arup trabalhou muito em lugares como Xangai para otimizar o número de espaços verdes e ajudá-lo a absorver água, usando IA para calcular onde é melhor implantar soluções baseadas na natureza. E na Albânia, a Arup também está projetando uma floresta orbital ao redor da cidade de Tirana para ajudar a resfriá-la. “Este será absolutamente o futuro do projeto de construção e, com o tempo, chegará mais amplamente ao projeto de distritos e cidades”, disse Cavendish.
“A IA pode realmente aumentar o que os humanos fazem e criar soluções melhores do que eram capazes anteriormente”. Outro setor de sustentabilidade que pode se beneficiar é a gestão de resíduos. JD Ambati, fundador e CEO da EverestLabs, disse que o setor é um “alvo extraordinariamente perfeito para alavancar o poder da IA”. “A IA pode permitir que sistemas industriais complexos entendam dados em um nível finito minuto a minuto”, disse Ambati à Forbes em uma entrevista.
Por: Jamie Hailstone
