O relatório destaca que o ano de 2022 foi marcado pelo reconhecimento generalizado da importância de conter as emissões de metano, com maior atenção na mídia, ampla cobertura na COP27 e o crescimento do Compromisso Global de Metano

O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) lançou nesta sexta-feira (1º), durante a COP28, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, o relatório global “De olho no metano: o caminho para a transparência radical”. Como destaca a entidade, o documento “faz um balanço do avanço no aproveitamento de uma revolução de dados iminente que pode acelerar a redução deste gás de efeito estufa”, responsável por 30% do aquecimento global.

Um dos pontos apresentados é que é preciso é diminuir as emissões de metano em cerca de um terço até 2030 para manter as metas do Acordo de Paris ao alcance – o compromisso firmado em 2015 estabeleceu o objetivo de limitar o aquecimento global abaixo de 2⁰C e, idealmente, não mais do que 1,5⁰C, em comparação com as condições pré-industriais.

Cerca de 45% das emissões antropogênicas globais do gás podem ser tratadas com a tecnologia disponível hoje, muitas vezes com pouco ou nenhum custo líquido, incluindo cerca de 75% do metano do setor de combustíveis fósseis.

O relatório destaca ainda que o ano de 2022 foi marcado pelo reconhecimento generalizado da importância de conter as emissões de metano, com maior atenção na mídia, ampla cobertura na COP27, realizada em Sharm El-Sheikh, no Egito, e o crescimento do Compromisso Global de Metano (GMP, na sigla em inglês).

O Observatório Internacional de Emissões de Metano (IMEO, na sigla em inglês), do PNUMA, é um parceiro de implementação central do GMP, fornecendo os dados necessários para permitir reduções de emissões na escala e velocidade necessárias.

Até o momento, a organização iniciou 34 estudos científicos em todo o mundo que resultaram em 24 artigos revisados por pares, publicados ou submetidos. Também criou a iniciativa de transparência Oil and Gas Methane Partnership (OGMP 2.0), para a qual, este ano, 92 empresas de petróleo e gás relataram seus dados de emissão de metano.

Esses dados revelam que, no ano passado, as emissões cumulativas das companhias do setor somaram 1,6 milhão de toneladas. No total, 84 delas atenderam aos critérios do padrão ouro do programa.

O relatório “De olho no metano: o caminho para a transparência radical” mostra ainda que o Sistema de Alerta e Resposta ao Metano (MARS), lançado pelo PNUMA na COP27, está agora em pleno funcionamento e fornecendo dados de satélite relevantes para o setor público e privado.

Em sua fase piloto, ele notificou as partes interessadas sobre 127 grandes plumas de metano em quatro continentes. À medida que o programa se expande, continuará a conectar governos e empresas com dados quase em tempo real para agir sobre grandes emissões de metano.

Texto: Um só Planeta