Foram divulgados os resultados da pesquisa ‘Indicadores do Ensino Profissional e Tecnológico de Mato Grosso’ realizada pela Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (Seciteci). O estudo é inédito no Governo do Estado, e buscou definir o perfil dos alunos da rede estadual de escolas técnicas e os principais fatores que levam à evasão escolar. Foram coletados dados de evasão, desigualdade salarial e de gênero.
Mato Grosso, a partir da Seciteci, possui uma rede de escolas técnicas profissionalizantes distribuídas por diversas regiões no Estado. Para realização da pesquisa, foi feito um levantamento de dados em todas essas escolas. Também foram utilizadas informações da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios (Pnad Contínua) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O Secretário de Ciência, Inovação e Tecnologia, Maurício Munhoz, explica que as estatísticas apontam uma quantidade maior de desistência escolar por parte do gênero feminino. De acordo com os dados apontados, a decisão pelo sustento da casa tem sido a principal razão para que mulheres de todo o Estado abandonem a qualificação profissional. Dentre os principais fatores que levam à evasão escolar, estão, a pressão social pelo sustento da casa, a não identificação do aluno com o curso, e expectativas equivocadas sobre a área de formação.
Os números também mostram que, quanto menor a qualificação da mulher, menor sua renda. Isso ocorre por inúmeros fatores, desde um sistema patriarcal de opressão até a falta de informação ou assistência necessária para que essas mulheres permaneçam estudando. Existe um conceito social pré-estabelecido de que mulheres são incapazes de atuar em áreas de maior pressão profissional, em sua maioria, mais rentáveis. Todos esses são fatores que interferem negativamente na formação da renda feminina.
Os resultados obtidos por meio da pesquisa impulsionam novas ações práticas da Seciteci para diminuição da desigualdade social no estado. Oferecer ensino profissional e tecnológico gratuito e de qualidade é uma das alternativas utilizadas pela Secretaria para combater essa desigualdade. Por meio da educação os jovens podem alcançar a empregabilidade e melhorarem de renda. A Seciteci tem buscado estimular o empreendedorismo feminino e a participação de mulheres em áreas que envolvam tecnologia.
Maurício reforça sobre a importância das escolas técnicas para o crescimento tecnológico e social dos jovens mato-grossenses. O Secretário comenta com orgulho sobre um projeto desenvolvido na escola técnica de Tangará da Serra que ganhou o prêmio de 3º lugar da Mostra de Produtos de Inovação Tecnológica na 2º Semana Nacional de Educação Profissional e Tecnológica em Brasília (DF).
Desenvolvido pela aluna Keli Diane em conjunto com a professora Francilene Fortes, o projeto trata-se de uma capsula biodegradável artesanal, com ação bioinseticida e adubo natural. O material é feito por meio do reaproveitamento dos resíduos orgânicos como cascas de laranja, limão, cebola, alho, borra de café, entre outros.
A Escola Técnica Estadual de Tangará da Serra foi inaugurada em 2006 e possui atualmente 9 cursos técnicos na sede e 3 cursos técnicos oferecidos fora de sede para atender as demandas da região. Dentre os cursos técnicos oferecidos na sede, estão disponíveis: técnico em agropecuária, técnico em segurança do trabalho, técnico em manutenção e suporte em informática, técnico em administração, técnico em agronegócio, técnico em recursos humanos e técnico em marketing. Além de Cuiabá e Tangará, existem escolas técnicas nos municípios de Alta Floresta, Cáceres, Sinop, Rondonópolis, Barra do Garças, Diamantino, Poxoréu e Lucas do Rio Verde.
A detecção de quais são as principais causas da evasão escolar é a melhor forma de entender para, em seguida, poder combater as interfaces da desigualdade. A reunião foi realizada dentro do Circuito Itinerante MT Ciência, uma iniciativa criada em 2017 com o intuito de popularizar a ciência entre os jovens, garantindo o acesso da população ao ensino de forma interativa e dinâmica por meio de uma unidade móvel adaptada. A “Fantástica Carreta de Ciência” é mais um dos métodos da Seciteci para fomentar a ciência, tecnologia e a inovação no estado.
Por: Victória Oliveira