Cerca de 36,4% das micro e pequenas empresas comprometidas com a implantação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) afirmam se preocupar com questões relacionadas à preservação ambiental e justiça social. É o que revela a pesquisa “Negócios Sustentáveis: A Contribuição das Pequenas Empresas Brasileiras na Agenda 2030 da ONU”, realizada pelo Centro Sebrae de Sustentabilidade (CSS), que é gerido pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas em Mato Grosso (Sebrae/MT). Os resultados foram apresentados durante um evento realizado em parceria com o Sebrae São Paulo, que contou com a presença de empresários, imprensa, consultores, autoridades e representantes da sociedade civil organizada.

A pesquisa completa está disponível no link. (Para acessá-la, é necessária a realização de um breve cadastro)

Os resultados foram apresentados durante um evento realizado em parceria com o Sebrae São Paulo, que contou com a presença de empresários, imprensa, consultores, autoridades e representantes da sociedade civil organizada.

Os ODS foram estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) em setembro de 2015, e adotados por 193 países-membros, incluindo o Brasil, como parte da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. O documento lista uma série de ações para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e garantir paz e prosperidade mundial.

Nove anos após a adoção deste compromisso, o Brasil ainda enfrenta desafios em sua implementação. Segundo a pesquisa, menos da metade das micro e pequenas empresas do país tem conhecimento sobre o documento, o que ressalta a necessidade de medidas estratégicas para mudar esse cenário.

“Os dados mostram que apenas 35% dos pequenos negócios pesquisados conhecem as práticas sustentáveis. Esse é o nosso grande desafio: ampliar a conscientização ambiental e o letramento, além de compartilhar as melhores práticas de sustentabilidade”, afirma o diretor Técnico do Sebrae/MT, André Schelini, durante o lançamento da pesquisa nesta quarta-feira, 23 de outubro.

Ele ressalta que “mais de 65% das empresas desconhecem os ODS, o que reforça a urgência de promovermos iniciativas que incentivem a adoção dessas práticas entre os pequenos negócios”, complementa.

O estudo também revela que seis em cada dez empresas acreditam que podem contribuir com a agenda sustentável, indicando uma oportunidade para reverter o cenário. “Este é um grande desafio, mas também uma oportunidade para movimentarmos a economia circular, a economia verde e a economia de baixo carbono”, observa o Superintendente do Sebrae/SP, Nelson Costa.

“Precisamos discutir o papel essencial que os pequenos negócios, produtores rurais e MEIs podem desempenhar nesse contexto. A baixa adesão ao compromisso com os ODS é algo que devemos juntos reverter”, completa.

“As micro e pequenas empresas desempenham um papel crucial na Agenda 2030. Os resultados da pesquisa evidenciam os principais desafios e oportunidades para engajar os pequenos empresários em uma agenda sustentável, com potencial de gerar um impacto significativo na sociedade e no fomento de uma economia regenerativa e inclusiva”, explica Vanessa Pinsky, consultora do Sebrae e responsável pela condução da pesquisa.

Reforço ao compromisso

No Brasil, 84% das empresas que fazem parte do Pacto Global já estão avançando em direção aos ODS. No entanto, apenas 46% delas incorporaram as metas da Agenda 2030 em suas estratégias de negócio. O sucesso no alcance dos ODS depende do engajamento e da ação coletiva de todos, incluindo as micro e pequenas empresas.

O Pacto Global, gerenciado pela ONU, reforça a importância do comprometimento da sociedade com as metas da Agenda 2030, que ainda precisam ser amplamente disseminadas, como destaca a gerente sênior de Gestão de Conhecimento e Parcerias do Pacto Global da ONU Brasil, Christiane Calcev.

“O compromisso coletivo é o mais importante. Os ODS foram criados para nos guiar sobre como abordar cada um dos grandes desafios globais. Entender como se conectar a cada negócio e a cada indivíduo, independentemente do seu porte ou momento, é a chave para o sucesso dessa agenda”, ressalta.

Nos dias 24 e 25 de outubro, São Paulo sediará o “B20 Summit Brasil”, evento de encerramento do principal fórum do setor privado do G20, o grupo das maiores economias do mundo. O encontro reunirá empresários e autoridades de diversos países para apresentar e discutir as 24 recomendações do Business 20 (B20), que abordam temas como preservação ambiental, transição energética e combate à fome e à pobreza. “Lançamos a pesquisa aqui em São Paulo justamente porque a capital paulista é o centro dessas importantes discussões voltadas para a sustentabilidade” explica o diretor do Sebrae/MT, André Schelini.

Casos de Sucesso

A empresa paulista Poiato Recicla, localizada em Votorantim, no interior do estado de São Paulo, se destaca como a primeira no Brasil a realizar o serviço de coleta e reciclagem de bitucas de cigarro, por meio de uma usina própria desenvolvida com tecnologia nacional. O principal objetivo, segundo o fundador Marcos Poiato, é contribuir para a redução dos danos causados por este material ao meio ambiente. “Quando decidimos abandonar nossas carreiras executivas por um propósito maior, percebemos que o mercado ainda não oferecia essa solução. Fomos atrás de tecnologias, informações e os licenciamentos. Hoje, com 15 anos de atividade, somos os únicos no segmento, mas foi necessário inovar e empreender. O Sebrae foi fundamental no processo ao nos mostrar a viabilidade do negócio”, conta.

Grandes corporações também adotam compromissos com as práticas sustentáveis. “Trabalhamos em redes e com movimentos coletivos, e esse ecossistema é fundamental para a adoção de boas práticas. Uma grande empresa pode, e deve aprender com as pequenas também. Esse intercâmbio é essencial para promover debates e propor mudanças”, diz Marina Ricciardi, gerente de Sustentabilidade do Grupo Soma, que inclui as lojas da marca Hering.

Acesse a pesquisa completa aqui: https://sustentabilidade.sebrae.com.br/pesquisas/negocios-sustentaveis-a-contribuicao-das-pequenas-empresas-brasileiras-na-agenda-2030-da-onu

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