De carros voadores até computação quântica, os avanços foram significativos no mundo da tecnologia
O ano de 2023 fica para trás com muitos avanços tecnológicos. O destaque, é claro, vai para a inteligência artificial, que foi aplicada em processos produtivos diversos e desenvolvida por empresas diferentes, criando uma verdadeira corrida pelo domínio da IA.
Porém, muitas coisas impressionantes no mundo da tecnologia foram feitas este ano. De carros voadores até computação quântica, os avanços foram significativos. Confira a seguir alguns destaques tecnológicos de 2023.
Carros voadores
O ano de 2023 trouxe grandes avanços para esta área, que, até pouco tempo atrás, era considerada possível apenas na ficção científica.
Em março, durante o SXSW, algumas novidades foram apresentadas ao público. O CEO da Eve Air Mobility, startup brasileira criada a partir da EmbraerX, mostrou o interior de seus eVTOL, modelo de veículo aéreo que deve estar no mercado em 2026. A empresa divulgou posteriormente, em maio, que as encomendas de seus ‘carros voadores’ já somavam US$ 8,3 bilhões.
Também durante o SXSW, a Delta Airlines anunciou que investiu US$ 60 milhões na Joby Aviation, startup da Califórnia que já começou a fabricar os veículos voadores. O objetivo, segundo a empresa, é ter suas rotas aéreas conectadas também com os vertiportos, locais para pouso e decolagem dos eVTOLs.
Além disso, alguns modelos de carros voadores já foram testados na prática. Em 12 de novembro, o eVTOL da Joby Aviation fez o primeiro voo de um “táxi voador” elétrico em Nova York, também marcando a primeira vez que o veículo voou sobre um ambiente urbano.
Headset da Apple
Em junho, a Apple movimentou o mercado apresentando o Vision Pro, seu headset de realidade aumentada.
Os óculos combinam o mundo real e digital de forma “harmoniosa”, podendo ser controlado pelos olhos, gestos das mãos e por voz, sem a necessidade de um controle. Apesar de ser vendido como um produto de realidade aumentada, o headset alterna entre esta e a realidade virtual, permitindo que o usuário não se “isole” do mundo real. Por meio de um dispositivo chamado EyeSight, o Vision Pro mostra, ou não, os olhos de quem o estiver usando.
Ainda é possível projetar objetos em 3D, “pegando” um objeto de uma mensagem, por exemplo, e “trazê-lo” ao mundo real. Além disso, o usuário também consegue criar alguns efeitos, como transformar os participantes de um FaceTime em “pastilhas de vídeo” e espalhá-las pela sala. Poderá também capturar um vídeo e revivê-lo mais tarde, usando uma câmera 3D instalada dentro do headset.
Robôs humanoides
Outra tecnologia vinda diretamente dos filmes de ficção científica foram os robôs humanoides. Destaque em 2023 para seus avanços na interação com seres humanos. A existência dos mesmos também trouxe à tona o debate sobre o medo das máquinas dominarem o mundo.
Muitos robôs foram desenvolvidos ao extremo, sendo capazes de falar ou realizar pequenas tarefas, como carregar objetos.
Alguns exemplos incluem Valkyrie, uma parceria entre a empresa Apptronik e a NASA, que é projetado para realizar trabalhos em condições “sujas e perigosas” no espaço; Mika, que é a primeira robô CEO do mundo e ocupa o cargo na fabricante de bebidas Dictador, realizando tarefas como identificar possíveis clientes e selecionar artistas para projetar garrafas para o produtor de rum; e Atlas, robô humanoide da Boston Dynamics, que consegue se mover rapidamente e pular sobre obstáculos.
Uso de hologramas
Em janeiro, o CEO da Qualcomm, gigante da produção de chips computacionais, declarou acreditar que em 10 anos a conversa utilizando hologramas pode se tornar realidade. Ele pode estar certo em sua previsão, já que o ano de 2023 se mostrou agitado nesse quesito. Em junho, por exemplo, a tecnologia de hologramas foi usada para “trazer de volta à vida” os Beatles, em uma gravação da música “Now and Then”.
Outro uso que se destacou foi em um zoológico da Austrália, o Hologram Zoo, que aderiu aos hologramas para fazer com que os visitantes “interajam” com os animais. Ele contém 50 exposições simuladas da vida real de animais, como dinossauros e gorilas, desenvolvidas a laser.
Computação quântica
Com o assunto cada vez mais em pauta, muitas empresas têm dado passos importantes na evolução desta tecnologia.
A IBM é o nome mais forte em desenvolvimento de computação quântica atualmente, com um hardware de mais de 400 qubits — pretendendo atingir a marca de 1.000 qubits. O número de qubits, ou bits quânticos, é uma indicação do poder de processamento do computador que usa a mecânica quântica. Recentemente, a empresa também anunciou um novo chip de computação quântica, com a promessa de que o novo equipamento sirva como base para a construção de grandes sistemas de IA.
O Itaú é um nome forte no uso da tecnologia. O banco já está utilizando a computação quântica como testes para a otimização de alguns processos e resolução de problemas simples. Em parceria com a QC Ware, líder em software e serviços quânticos, eles investigaram se a computação quântica poderia auxiliar a prever a retenção de clientes, desenvolvendo um sistema que pode melhorar os modelos preditivos. Os resultados mostraram elevação da precisão geral do modelo de 71% para 77,5%.
*Com supervisão de Maria Carolina Abe
Fonte: Época Negócios