Interlocutores do presidente Jair Bolsonaro reconhecem que os mais recentes números da pesquisa Ipec (ex-Ibope) refletem um dos momentos mais difíceis do governo, com mais de 500 mil mortos por Covid, o desgaste causado pela CPI e a inflação elevada.
A pesquisa aponta que na corrida presidencial, Bolsonaro larga em situação de desvantagem. Com avaliação negativa e desconfiança crescente dos brasileiros, ele aparece com 23% das intenções de voto, enquanto o ex-presidente Lula (PT) tem 49%.
Nesse mesmo levantamento, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) tem 7%, o governador João Doria (PSDB-SP) aparece com 5% e o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta (DEM) com 3%.
Essa mesma avaliação é feita por aliados no Congresso Nacional. A percepção é que nestes últimos meses a situação política de Bolsonaro se deteriorou rapidamente.
Há o reconhecimento da base governista de que a CPI tem conseguido expor o governo diariamente, ampliando o desgaste do próprio Bolsonaro.
A revelação de que o presidente foi alertado pessoalmente sobre irregularidade na compra de vacina indiana Covaxin deixou o Palácio do Planalto acuado.
“Com a máquina, o presidente sempre tem condições de reverter parte desses números. Mas o reflexo imediato é que o governo fica definitivamente dependente da sua base”, reconheceu ao blog uma influente liderança do Centrão.
F9nte: Blog do Camarotti/G1