No final de 2022, o mundo testemunhou uma revolução na interação entre humanos e tecnologia com o lançamento do ChatGPT, ferramenta de Inteligência Artificial (IA) generativa desenvolvida pela OpenAI. Baseado na avançada arquitetura GPT-3.5, o ChatGPT trouxe uma nova dimensão para o processamento de linguagem natural ao permitir que máquinas compreendessem e gerassem textos de maneira surpreendentemente humana.
Sua chegada impactou significativamente diversos setores, especialmente o consumo e o varejo. Empresas começaram a integrar essa tecnologia para aprimorar a experiência do cliente, automatizar atendimentos e personalizar interações, resultando em um atendimento mais eficiente e satisfatório. O ChatGPT não apenas transformou a forma como consumidores se comunicam com marcas, mas também redefiniu e segue transformando padrões de serviço e inovação no mercado global.
A prova do sucesso dessa febre da IA é a previsão de faturamento de US$ 3,4 bilhões para sua empresa mãe, a OpenAI, em 2024. A informação foi passada pelo CEO da companhia, Sam Altman. Os números são maiores que os alcançados em 2023, quando a empresa conseguiu chegar a US$ 1,6 bilhão.
Agora, a empresa tem avaliado uma nova mudança em sua estrutura de governança: pode adotar um modelo de negócio com fins lucrativos – como já adotado por suas concorrentes, como a Anthropic e xAI – sem o controle do atual conselho sem fins lucrativos. Atualmente, a OpenAI tem uma estrutura de corporação com lucro limitado.
Fins lucrativos
A possível mudança está em fase inicial, e pode passar por mudanças. Além disso, tanto Sam Altman, como outros diretores podem optar por diferentes abordagens. Ao mesmo tempo, caso a mudança ocorra, isso resultaria na perda de controle da empresa pelo conselho sem fins lucrativos da OpenAI. Porém, segundo Altman, a empresa segue focada na construção de uma IA que beneficie a todos.
Atualmente, a OpenAI é avaliada em aproximadamente US$ 86 bilhões. Sua estrutura vigente é descrita como “uma parceria entre nossa organização sem fins lucrativos original e um novo braço de lucro limitado”, conforme consta no site da empresa.
A mudança para um modelo de lucro limitado foi implementada para incentivar a pesquisa no campo da Inteligência Artificial geral (AGI), ao mesmo tempo em que mantinha a visão da empresa. Segundo a OpenAI, a necessidade da mudança se deve ao fato de que as doações disponíveis eram insuficientes para sustentar o trabalho da empresa, tornando necessário um novo modelo de captação de recursos para atrair e motivar os stakeholders.
Apesar das discussões sobre a mudança, o site da OpenAI ainda alerta que os interessados devem tratar seus investimentos como doações.
A proposta de reestruturação ocorre em um momento em que o CEO, Sam Altman, está reformulando o conselho da empresa, incluindo novos membros escolhidos a dedo. Entre os novos integrantes estão Sue Desmond-Hellmann, ex-CEO da Fundação Bill e Melinda Gates; Nicole Seligman, ex-vice-presidente da Sony; Fidji Simo, CEO e presidente da Instacart; e o general aposentado do Exército dos EUA e ex-diretor da Agência de Segurança Nacional, Paul Nakasone.