sexta-feira,22 novembro, 2024

ONG constrói 1ª casa sustentável em comunidade com blocos de plástico reciclável

Feita de blocos de plástico reciclável, a primeira casa sustentável em comunidade de São Paulo foi erguida em 15 horas em Porto de Areia, em Carapicuíba, na Região Metropolitana. Trata-se do projeto Moradia Semente Eco Sustentável da TETO Brasil, ONG que atua há 15 anos no Brasil em comunidades com situações instáveis, que serviu como pontapé inicial ao projeto.

A moradia feita pela organização em parceria com as empresas Fuplastic, Amanco Wavin e a ONG Biosaneamento, tem a capacidade de retirar duas toneladas de lixo da natureza ao usar os blocos de plástico reciclado na construção. A casa piloto é a primeira de 1 mil moradias que os parceiros planejam construir juntos no país.

ANTES | O barraco antes de ser substituído pela moradia feita com tijolos de plástico reciclável — Foto: Divulgação / TETO Brasil

DEPOIS | A primeira casa sustentável em comunidade de São Paulo faz parte do projeto Moradia Semente Eco Sustentável, da ONG TETO Brasil — Foto: Divulgação / TETO Brasil

As Moradias Sementes são projetadas para atender famílias em situação de hipervulnerabilidade, visando substituir barracos de lona e madeirite por abrigos de 27 m², que, além de portas e janelas (em parceria com Esquadrisul), têm espaço para três cômodos, incluindo banheiro e instalações hidráulica e elétrica.

Além das paredes de blocos de plástico, o telhado da casa também é feito de material 100% reciclável, com caixinhas de leite, suco e creme dental. Outras soluções sustentáveis incluem captação de água da chuva e placas de energia solar, entre outros materiais, utilizados em toda instalação hidráulica (esgoto e água fria), nas calhas de captação de águas pluviais e em toda a linha de eletrodutos rígidos e seus complementares para instalação elétrica.

O projeto prevê a substituição de barracos de lona e madeirite por abrigos de 27 m², incluindo banheiro e instalações hidráulica e elétrica — Foto: Divulgação / TETO Brasil

Este tipo de construção visa levar mais segurança e dignidade às famílias de moradores da comunidade. Como no caso de Rejane Alves de Souza, 45 anos, mãe de nove filhos e avó de 12 netos, que, devido a uma artrose na lombar, perdeu seu emprego e se viu na necessidade de ir morar em Porto de Areia.

“Não sei o que é depressão e não quero saber”, afirma Rejane, que já enfrentou um câncer e, atualmente, constrói sua nova moradia junto a TETO. Feliz, ela busca mais estabilidade para cuidar de sua saúde e também a do filho mais novo que, segundo ela, já sofreu bullying por ter o barraco mais vulnerável da comunidade, mas que, agora, conta para todos sobre a casa nova.

Para Lucas Borges, gestor da TETO em São Paulo, este é o projeto mais completo da ONG. Além do impacto social que uma moradia, mesmo que emergencial, tem na vida das pessoas em situação de hipervulnerabilidade, ele destaca o significativo impacto ambiental. “O que é especialmente importante, já que as favelas são os locais mais atingidos pelos efeitos da crise climática, como as inundações e as fortes chuvas”, analisa ele.

Fonte: Redação Casa e Jardim

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