Com o aquecimento global e as mudanças climáticas sempre em pauta nos últimos anos, é comum se ouvir falar do efeito estufa como um grande problema. Na realidade, este é um fenômeno natural do planeta Terra e, sem ele, poderia nem haver vida por aqui.
Quer entender afinal o que é o efeito estufa e o porquê de ele ser considerado um grande vilão nas últimas décadas quando o assunto é o aquecimento global? O Canaltech te explica!
Como funciona o efeito estufa
O efeito estufa recebe este nome pois é um fenômeno físico semelhante ao que ocorre nestas estruturas construídas para a criação de plantas. Em uma estufa, os raios solares entram através do vidro ou plástico transparente que constitui seu teto e suas paredes. Parte dessa radiação é absorvida e convertida em calor.
Quando o calor é liberado, ele é irradiado em um outro comprimento de onda, na faixa do infravermelho, maior do que quando ele entrou. Essa radiação não consegue ultrapassar os vidros e é mantida dentro da estufa, esquentando o ambiente.
Na atmosfera, ocorre um processo semelhante. Ao invés dos vidros para reter o calor, nós temos uma série de substâncias presentes no ar que são capazes de absorvê-lo. Isso impede que a radiação solar que chega ao planeta volte para o espaço.
Caso estes gases não estivessem presentes, retendo parte do calor no planeta, a Terra passaria por uma situação parecida com a de Mercúrio. O planeta mais próximo do Sol tem temperaturas altíssimas durante o dia, passando dos 400 ºC. Porém, esse calor é totalmente devolvido ao espaço e a temperatura do planeta cai para a faixa dos -180 ºC durante a noite.
Mercúrio possui uma atmosfera muito fina, praticamente inexistente, por conta de sua baixa gravidade, incapaz de manter os gases próximos ao planeta. Vênus, por outro lado, tem uma atmosfera extremamente densa, gerando o maior efeito estufa do Sistema Solar. A temperatura média do planeta é mantida na faixa dos 460 ºC.
O efeito de estufa e o aquecimento global
As substâncias que realizam o efeito estufa na Terra são chamadas de gases de efeito estufa (GEEs). Como já foi dito, caso elas não estivessem presentes, poderia não haver vida na Terra. Porém, o grande aumento da concentração desses gases na atmosfera decorrente das atividades humanas tem levado, desde a Revolução Industrial, a um rápido aumento da temperatura global.
Os principais gases responsáveis pelo efeito estufa na Terra são:
- Dióxido de carbono (CO2): o gás carbônico é responsável por 60% de todo o efeito estufa e sua permanência na atmosfera chega a uma centena de anos. Atividades humanas que liberam este gás na atmosfera incluem a queima de combustíveis fósseis e queimadas em florestas.
- Metano (CH4): contribuindo com cerca de 15 a 20% do efeito estufa, o metano corresponde ao gás natural, utilizado como combustível. Ele também é gerado na decomposição de biomassa, sendo emitido em aterros sanitários e em áreas inundadas para a construção de represas, por exemplo. Na pecuária, o gado bovino libera grandes quantidades deste gás através de seu processo digestivo.
- Óxido Nitroso (N2O): parte do ciclo do nitrogênio realizado por bactérias no solo, o óxido nitroso aumentou sua presença na atmosfera graças ao uso exagerado de fertilizantes. Ele também é emitido na queima de certos combustíveis e hoje responde por aproximadamente 6% do efeito estufa.
- Clorofluorcarbonetos (CFCs): gases compostos por carbono, cloro e flúor que eram amplamente utilizados em geladeiras, ar condicionados e em aerossóis. Foram proibidos graças ao seu efeito destrutivo na camada de ozônio e sua contribuição para o efeito estufa.
- Ozônio (O3): o ozônio também participa de um segundo fenômeno essencial para vida na Terra, a existência da camada que leva seu nome. A camada de ozônio, na alta atmosfera, impede que parte da radiação ultravioleta solar chegue à superfície. Porém, na baixa atmosfera, esse elemento contribui com o efeito estufa, além de ser tóxico para os seres humanos.
Por: Rodilei Morais