quinta-feira,21 novembro, 2024

O que é astronomia? Conheça uma das ciências mais antigas

Astronomia é uma ciência que estuda os corpos celestes e dos fenômenos que acontecem fora da nossa atmosfera. Ou seja, tudo o que estiver e ocorrer no espaço sideral — todas essas coisas são alvo de estudo dos astrônomos, que se dividem em diversas especialidades.

O que é astronomia?

Desde a pré-história, os humanos são fascinados pelo céu. Isso é ótimo, pois foi por meio das constelações que nossos ancestrais começaram a explorar o mundo sem se perderem pelo caminho. A Lua e as estrelas nos guiaram pela maior parte da nossa história.

Há 50 mil anos, desenhos representando agrupamentos estelares (como as Plêiades) eram pintados nas paredes. As mesmas estrelas ajudaram na compreensão dos ciclos de nosso planeta como as estações do ano, permitindo o avanço da cultura agrícola.

A curiosidade pelo cosmos nunca acabou, mesmo em tempos mais modernos, como os séculos XVI e XVIII — o período em que ocorreu a Revolução Científica. Nessa época, aconteceu a Revolução científica, resultando em grandes eventos.

Desde o início da humanidade, olhávamos para o céu (Imagem: Reprodução/Ken Cheung/Pexels)

No que diz respeito à astronomia, essa revolução de pensadores e cientistas começa com a publicação de obras essenciais como “Das revoluções das esferas celestes”, de Nicolau Copérnico, o “Diálogo sobre os Dois Principais Sistemas do Mundo”, de Galileu Galilei, e o enunciado das Leis de Johannes Kepler.

Até pouco antes desse período, o estudo e conhecimento sobre os astros era importante para muitas culturas avançadas, como Babilônia, Grécia, China, Egito e muitas outras. Muito desse conhecimento se perdeu com as invasões e guerras, mas a Europa conseguiu uma reviravolta fundamental: o telescópio de Galileu e as descobertas de Kepler.

Hoje, o conhecimento desses e outros eventos históricos — tais como as descobertas de Isaac Newton sobre a óptica; Edwin Hubble sobre as galáxias e expansão do universo; Albert Einstein sobre a nova lei gravitacional e muitos outros — fazem parte do dia-a-dia de qualquer astrônomo.

O que faz um astrônomo?

Podemos considerar que a astronomia tem duas grandes ramificações: observacional e teórica. A primeira, é quando os astrônomos usam telescópios e outros instrumentos científicos para coletar dados de um determinado alvo. Já na segunda, grosso modo, cientistas elaboram hipóteses e modelos com muitos cálculos.

Claro, todos os “observadores” também precisam, em algum momento, trabalhar com cálculos e modelos para descrever o que estão vendo nos dados coletados. Entretanto, os teóricos criam modelos mais completos usando esses mesmos dados com outras observações.

Assim, astrônomos teóricos estudam e desenvolvem novas compreensões sobre temas como evolução estelar, formação e evolução de galáxias, Big Bang, os primeiros instantes após o “nascimento” do universo, a matéria que forma nosso cosmos, relatividade geral, mecânica quântica, e muito mais.

Por outro lado, os observadores concentram seus esforços no processo de capturar fótons do universo, isto é, a radiação eletromagnética em suas várias manifestações: luz visível, infravermelho, ultravioleta, rádio, micro-ondas, raios-X, e radiação gama.

O enorme Giant Magellan Telescope, atualmente em construção (Imagem: Reproduçã0/GMTO )

Cada um desses tipos de radiação é produzido por diferentes tipos de objetos ou diferentes características de um mesmo corpo. Por exemplo, estrelas podem produzir a maioria deles, mas cada um revela um diferente mecanismo estelar, assim como buracos negros ativos são grandes fontes de rádio e raios-X.

O papel dos astrônomos observacionais é usar os telescópios (ou sondas espaciais) para coletar esses fótons. Dependendo do comprimento de onda (a característica da radiação eletromagnética que determina seu tipo/cor), os cientistas podem descrever o que está acontecendo no objeto de onde os fótons vieram.

Também é importante analisar a “luz” (radiação) em si. É que, às vezes, o espectro coletado chega à Terra com “pedaços” faltando — as linhas de absorção. É como se tivéssemos um arco íris com algumas faixas pretas no lugar de algumas partes das cores. Essas linhas escuras podem dizer muito sobre o objeto observado.

Para interpretar esses dados e publicar em um artigo científico, os astrônomos observacionais precisam conhecer bem as teorias, é claro. Do mesmo modo, os teóricos precisam analisar esses artigos e colocá-los em um contexto maior, que são os modelos astronômicos. É assim que essas duas grandes ramificações se encontram.

Os “saberes” da astronomia

O James Webb, atualmente o mais poderoso em operação (Imagem: Reprodução/NASA)

Com o conhecimento acumulado durante séculos, os astrônomos criaram uma verdadeira salada de frutas científicas. Eles se especializaram cada vez mais em ramificações teóricas e observacionais, tais como:

  • Radioastronomia — estudo de objetos e eventos cósmicos por meio de ondas de rádio;
  • Cosmologia — ciência que estuda a história do surgimento, evolução e a composição do universo;
  • Astrobiologia — investiga as possíveis formas de vida em outros planetas;
  • Astronomia — observa e estuda as posições dos astros e suas variações ao passar do tempo;
  • Arqueoastronomia — procura resgatar o conhecimento de povos antigos sobre o céu; entre outras.

Como se tornar um astrônomo?

Formalmente, os astrônomos são os graduados — geralmente em física, matemática e outros cursos de exatas — que optam por uma pós-graduação em astronomia. Também existem, em algumas universidades, graduação de bacharelado em astronomia.

As faculdades de bacharelado incluem as disciplinas da matemática e física e matérias como astrofísica, cosmologia, planetas e sistemas planetários, análise de dados, entre outras. A carreira deste profissional será voltada ao ensino.

Por fim, qualquer um pode ser astrônomo amador, que também faz ciência real (e se diverte muito no processo). Para isso, também é preciso muito estudo, mas você pode encontrar muito material acessível e até gratuito na internet.

Por:  Daniele Cavalcante 

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