Segundo especialista, o grande benefício é estruturar a companhia para que ela consiga, de fato, inovar

Inovar é uma tarefa desafiadora para qualquer empresa. Saber por onde começar, dar os primeiros passos, melhorar processos e entender se estão no caminho certo pode ser ainda mais complexo. Mas a ISO da Inovação pode ajudar.

A ISO (Organização Internacional de Normalização) é uma organização não governamental que cria normas internacionais. Em 2019, ela lançou a ISO 56002, batizada de ISO da Inovação, com diretrizes internacionais que servem como um guia de boas práticas para empresas que desejam inovar. Por ser uma norma de diretrizes, ela tem um viés mais brando, trazendo apenas sugestões que abrem o caminho para a inovação.

No final do ano passado, surgiu ainda uma nova norma, batizada de ISO 56001. Ela define requisitos obrigatórios e estabelece regras para a implementação de sistemas de gestão da inovação nas organizações de forma eficaz e alinhada à estratégia do negócio.

A consultoria Palas, que ajuda empresas a implementar as metodologias de inovação, define a ISO 56002 como a que abre o caminho para a inovação, enquanto a ISO 56001 busca pavimentá-lo. Ou seja, apesar de terem conceitos que podem parecer semelhantes, na prática, a profundidade da ISO 56001 é maior.

Quais os benefícios de adotar a ISO 56001?

Segundo Alexandre Pierro, sócio fundador da Palas, o grande benefício é estruturar a empresa para que ela consiga, de fato, inovar.

“O grande benefício, eu diria, é justamente estruturar uma área de inovação dentro da empresa. Hoje todo mundo quer inovar, quer usar IA, quer usar a última tecnologia, a hype do momento, mas sem critérios. E, sem critérios, a empresa não vai chegar a lugar nenhum. O que está por trás de todo esse fundamento, de toda essa metodologia, é estipular critérios para onde a empresa quer chegar”, diz ele.

Segundo a Palas, entre as outras vantagens mais comuns, além de transformar ideias em resultados, estão:

  • Ter um modelo de governança alinhado com os objetivos da empresa
  • Ter um sistema de gestão, com o histórico das inovações, que permitem melhores tomadas de decisões
  • Aprimorar o clima organizacional a partir do desenvolvimento de uma cultura inovadora
  • Melhorar nos rankings de inovação
  • Aperfeiçoar o atendimento em iniciativas ESG (ambiental, social e de governança)
  • Aumentar o valor de marca
  • Aproveitar melhor incentivos fiscais

O que fazer para adotar a ISO da Inovação e ser certificado?

Para a implementação, é preciso que a inovação faça parte do planejamento estratégico da empresa, independentemente de seu porte ou segmento.

A partir daí, segundo Pierro, o primeiro passo é fazer um diagnóstico da empresa, que pode ser realizado por uma consultoria de inovação, para entender quais requisitos a companhia já atende e quais precisa buscar. A etapa seguinte envolve a implementação, com um comitê que deverá trabalhar nos pontos necessários para atender os requisitos da norma.

Depois, acontece uma auditoria interna, com um profissional que irá avaliar o manual de governança e emitirá um relatório com o que poderia inviabilizar a certificação. Feito os ajustes finais, a empresa pode partir para a etapa de auditoria de certificação, contratando a certificadora de sua preferência.

A empresa pode optar por tentar a certificação ou não. De acordo com a Palas, isso dependerá do planejamento estratégico de cada empresa, mas a vantagem de ser certificada é que, a cada 12 meses, um auditor vai até a empresa observar o que vem sendo feito em termos de governança, contribuindo para que seus benefícios sejam mantidos no longo prazo, criando-se, assim, um legado para a inovação.

Por: Thâmara Kaoru