sexta-feira,22 novembro, 2024

O que as gigantes de tecnologia podem fazer com seus dados de saúde

A Amazon criou uma clínica de baixo custo, a Amazon Clinic, que realiza consultas on-line – pagando US$ 30, você entra em contato com um médico que lhe dará uma receita sem precisar sair de casa. No entanto, para usar o serviço, o paciente assina uma autorização que permite que a empresa utilize seus dados como quiser.

A autorização padrão vigente nos EUA se chama HIPAA (Health Insurance Portability and Accountability Act) e garante que os médicos protejam as informações de saúde do paciente e só as compartilhem em circunstâncias bem específicas. Entretanto, a Amazon não quer saber de restrições: ao dar seu “ok”, a pessoa concorda que a empresa faça o que quiser com os dados, ou seja, eles deixam de estar protegidos.

Como as leis continuarão protegendo os cidadãos se as grandes empresas de tecnologia se esforçam para buscar brechas no sentido contrário?
Ninguém é forçado a aderir ao serviço, mas seu preço e o apelo de marketing são eficientes armas para conquistar o público. Além de dados pessoais, a Amazon Clinic pede para o usuário enviar fotos que detalhem sua condição. E o que pode acontecer com esse dossiê que a gigante de tecnologia vai dispor? Algumas opções: vender as informações para terceiros (a autorização foi dada!); direcionar anúncios com base em seu perfil médico; e até gerar, via inteligência artificial, modelos que prevejam o risco de os pacientes desenvolverem determinados tipos doença, que podem ser comercializados.

O analista Geoffrey Fowler escreveu longo artigo sobre o tema no jornal “The Washington Post” – curiosamente, que tem como proprietário Jeff Bezos, dono da Amazon. A respeito de seus questionamentos, a assessoria de imprensa da empresa afirmou que seu negócio não é vender dados e que não usa informações dos clientes para nenhum propósito sem a sua concordância. É pouco. E se surgir uma versão tupiniquim?

Fonte: G1

Redação
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