A (grande) maioria da população consegue transitar de forma prática pelo mundo. Porém, para alguns, como os deficientes visuais, físicos, auditivos etc, certas situações triviais são desafios diários.
Um dos exemplos é a comunicação pela linguagem de sinais (libras), que há muito tempo não vem acompanhando a velocidade tecnológica, ou as mudanças sociais (diversidade de gênero), econômicas (criptomoedas) e ambientais (mudanças climáticas). Essa última afeta diretamente o ensino escolar, uma vez que, para crianças ou mesmo acadêmicos com deficiência auditiva, falar sobre temas como “descarbonização” ou “aquecimento global” significava soletrar termos científicos extensos e complexos, letra por letra.
Agora esses conceitos estão entre os 200 termos da ciência ambiental que têm seus próprios novos sinais oficiais na Língua de Sinais Britânica (BSL).
Cientistas com deficiência auditiva acreditam que ao atualizarem a linguagem de sinais, pessoas com deficiência auditiva poderão participar plenamente de discussões e ações em mudanças climáticas, não apenas em sala de aula, mas também dentro de laboratórios e certamente contribuirão para o desenvolvimento de pesquisas no mundo.
“Estamos tentando criar sinais perfeitos que mostrem conceitos científicos”, explica Audrey Cameron.
A relevância desse fato vem da própria professora Audrey Cameron, que é surda, e lidera o projeto de língua de sinais na Universidade de Edimburgo, na Escócia, que acaba de adicionar os novos termos ao dicionário BSL. A professora por mais de uma década esteve envolvida em pesquisas e participou de várias reuniões, porém nunca esteve a par totalmente das discussões. E isso porque não conseguia entender a fundo ou mesmo se expressar sobre química, por exemplo. Simplesmente não havia sinais para tal, diferentemente das pessoas ouvintes que “constantemente estão aprendendo e adquirindo conhecimento” onde quer que vão; as pessoas surdas perdem muita informação”.
Em um mundo cada vez mais transformador e com rapidez tecnológica, exemplo como esse deve ser incentivado nas escolas públicas e privadas. Pessoas com deficiências são um capital humano inteligente e sub aproveitados. Permitir que comunidades marginalizadas tenham sua participação ativa do diálogo científico, da construção do conhecimento e oportunidade de replicarem o que aprenderam em temas mais complexos, são pontos importantíssimos na construção infinita de uma sociedade mais justa e inclusiva.
Fonte: Redação SPRIO