Segundo ele, o setor tem um futuro brilhante por vários motivos. Um deles é o fato de que as montadoras, em geral, compreenderam que, no Brasil, a eletrificação, por algum tempo, será dos veículos híbridos por uma limitação da recarga e de baterias. “E neste sentido, o etanol terá um papel a desempenhar extraordinário”, comentou Plínio.
O consultor lembrou também que a Nissan disse, em 2016, que o Basil tem 42 mil postos de hidrogênio na forma de etanol. “O etanol é o melhor carregador de hidrogênio. Então, no futuro quando tiver mobilidade, o Brasil já resolveu a distribuição do hidrogênio com a distribuição do etanol”, resumiu Plínio.
E reafirmou que o setor tem futuro brilhante pelo hidrogênio, pelos carros híbridos e citou também outras iniciativas que vão construir este novo caminho, como a Renovabio, “que cria uma meritocracia de eficiência ambiental” e o projeto Combustível do Futuro. Nas futuras leis, Plínio espera que seja adotada a forma de medir a emissão de carbono que leva em consideração do berço ao túmulo, observando todo o ciclo de vida de um produto. Isso beneficia o setor que compensa uma parte das emissões de carbono – que são muito menores do que os combustíveis fósseis – com a plantio da cana-de-açúcar.
Também presente na live, o presidente do Grupo EQM, Eduardo de Queiroz Monteiro, citou o futuro promissor do etanol que inclui também produtos como o SAF, um querosene de aviação feito a partir do álcool, e o combustível fabricado a partir do etanol que será usado por embarcações.
Eduardo lembrou a capacidade que o setor tem de aproveitar outros subprodutos da fabricação do açúcar e do álcool. “O biogás está sendo transformado em biometano”, contou. O biometano pode ser usado pela própria empresa ou comercializado. Ele afirmou que os empresários do setor, no Nordeste, estão buscando, obstinadamente, uma solução para o corte manual da cana-de-açúcar. A dificuldade da mecanização do corte no Nordeste ocorre porque há muitas áreas de declive, onde estão os canaviais.
Ainda durante a live, ele citou um diferencial das usinas da região. “Estamos próximos dos portos”, afirmou. Isso facilita as exportações.
Expansão do setor
Plínio citou também que, até 1975, o setor sucroalcooleiro produzia 70 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por ano. Hoje, são colhidas 710 milhões de toneladas. Segundo o consultor, contribuíram para esta expansão a diversificação, o aproveitamento energético, o aumento da produtividade e a sustentabilidade. “O setor hoje é um exemplo na área de sustentabilidade”, comentou.
Também participante da live, o presidente do grupo Maubisa, Maurílio Biagi Filho, afirmou que quando começou a trabalhar no setor todas as canas eram importadas. “Para sobreviver, teve que trazer tecnologia. Foram quase 40 tecnologias que buscamos no exterior e tropicalizamos”, lembrou.
A tecnologia, o Proálcool, os carros flex e o fato de que o setor passou por uma desregulamentação depois da extinção do IAA também foram citados por empresários como fatores que contribuíram para a expansão do setor, que também passou por anos difíceis nas últimas cinco décadas.
Além dos executivos já citados, participaram da live: o presidente-executivo da União Nacional da Bioenergia (Udop), Antonio Cesar Salibe; o presidente do Conselho do Grupo Viralcool, Antonio Eduardo Tonielo e o diretor da Consultoria Canaplan Luiz Carlos Corrêa Carvalho. O evento foi conduzido pela jornalista Luciana Paiva, editora do Cana Online, que está fazendo um livro sobre o setor sucroalcooleiro.
Fonte: Movimento Econômico