Pesquisadores das universidades Beihang e da Cidade de Hong Kong, na China, revelaram no dia 9 de maio dois geradores de odor (OG) flexíveis e miniaturizados que podem revolucionar a tecnologia de realidade virtual, acrescentando a experiência olfativa à imersão completa em um ambiente simulado.
De acordo com o artigo publicado na revista Nature Communications, embora existam alguns GOs em funcionamento, o seu princípio se baseia em atomizadores líquidos comerciais que, além de volumosos, mostram-se operacionalmente desajeitados.
Nesse sentido, o novo estudo forneceu algumas premissas para entregar aromas personalizados em uma pequena área próxima ao nariz dos usuários:
- um substrato macio em vestível com tamanho miniaturizado e peso leve;
- variedade de odores com concentrações ajustáveis e de longa duração;
- interface olfativa sem fio e programável, capaz de interagir com usuários;
- usar fontes de odor de fácil acesso e biocompatíveis;
- tempo de resposta rápido na “explosão” ou supressão dos odores, e controle de fragrância.
Como funciona a tecnologia dos novos geradores de odor?
Na difícil tarefa de simular aromas na realidade virtual, os pesquisadores desenvolveram dois formatos de dispositivos, demonstrados nos vídeos. O primeiro deles é um adesivo que se prende diretamente à pele humana na área superior do lábio do usuário e é capaz de criar dois aromas. Já o segundo, uma máscara macia, gera até nove aromas.
Para que a experiência olfativa ocorra, o aparelho utiliza OGs feitos de cera odorífera de parafina (do tipo usado em velas aromáticas) conectados a uma fonte de calor programável. O hidrocarboneto sólido pode ser aquecido “em cerca de 1,44 segundos para liberar o perfume desejado em uma área localizada”, diz o estudo.
Interagindo com uma realidade virtual de cheiro
Para testar os dispositivos OG, a equipe realizou simulações de RV com pessoas caminhando por um pomar ou colhendo um rosa em um jardim. Usando o aparelho, as pessoas começaram a interagir com uma fonte virtual de cheiro, levando a flor ao nariz por exemplo.
Nesse momento, o dispositivo passava a esquentar mais e produzir um cheiro mais forte. Quando o estímulo virtual está fora de alcance do usuário, uma bobina de indução magnética desliga rapidamente o aquecimento, e o odor. Já foi disponibilizada uma “grade” inicial com 30 odores, que contempla até mesmo um improvável cheiro de durian, uma fruta asiática parecida com a jaca e conhecida pelo cheiro forte e desagradável.
Os novos OGs são o ponto de partida para uma experiência de RV realisticamente imersiva, que vai desde filmes e videogames até aplicações com finalidade médica ou educacional.
Fonte: Tec Mundo