O presidente Jair Bolsonaro fez na noite desta terça-feira (23) um pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão no qual relacionou ações de governo para aquisição de vacinas e disse que estão “garantidas” 500 milhões de doses até o fim do ano.

Ao longo dos 12 meses de pandemia, os brasileiros viram o presidente colocar em dúvida a eficácia da vacina do Instituto Butantan, que chamava de vacina chinesa. Mas, no pronunciamento desta terça, disse que sempre foi a favor das vacinas.

“Quero tranquilizar o povo brasileiro e afirmar que as vacinas estão garantidas. Ao final do ano, teremos alcançado mais de 500 milhões de doses para vacinar toda a população. Muito em breve, retomaremos nossa vida normal”, afirmou Bolsonaro no pronunciamento.

Mais cedo, nesta terça, dia em que o país atingiu o recorde de mais de 3 mil mortes em 24 horas, o Ministério da Saúde reduziu, pela sexta vez, a previsão de vacinas contra a Covid-19 que serão entregues pelos fabricantes no próximo mês.

O governo previa 57,1 milhões de doses de vacinas até 30 de abril. Agora, a previsão caiu para 47,3 milhões. Com a alteração, o ministério indica que o Brasil receberá 9,85 milhões de doses a menos no próximo mês.

Segundo o consórcio de veículos de imprensa, com base em dados fornecidos pelas secretarias estaduais de Saúde, 6,04% da população do país foi vacinada até as 20h21 desta terça-feira, o que representa 17,1 milhões de doses aplicadas. Ainda segundo o consórcio, 12,7 milhões receberam a primeira dose, e 4,3 milhões, a segunda dose.

Nesta terça, o Senado aprovou uma moção de “apelo” à comunidade internacional para que o Brasil possa adquirir mais doses da vacina contra a Covid. O documento deverá ser enviado a países do G20, da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e aos demais países que mantêm relações diplomáticas com o Brasil.

“Intercedi pessoalmente junto à fabricante Pfizer para a antecipação de 100 milhões de doses, que serão entregues até setembro de 2021”, disse Bolsonaro no pronunciamento.

Mas o presidente omitiu que, em agosto do ano passado, o governo recusou 70 milhões de doses oferecidas pela própria Pfizer que seriam entregues a partir de dezembro.

“Estamos fazendo e vamos fazer de 2021 o ano da vacinação dos brasileiros”, afirmou Bolsonaro no pronunciamento.

Porém, em dezembro, o presidente disse que não tinha de “ir atrás” de vacinas. “Pessoal diz que eu tenho que ir atrás. Não, não. Quem quer vender, se eu sou vendedor, eu quero apresentar”, declarou Bolsonaro na ocasião.

A defesa das vacinas no pronunciamento contrasta com declarações anteriores de Bolsonaro. Em dezembro do ano passado, por exemplo, Bolsonaro afirmou em um evento na Bahia que não tomaria a vacina e que é “imbecil” ou “idiota” quem o critica por isso. Também em dezembro, disse que não seria responsável se alguém tomar vacina e “virar jacaré”.

Além disso, Bolsonaro também se notabilizou por provocar aglomerações e desprezar o uso de máscaras, medida preconizada por médicos e especialistas como essencial para conter a expansão da Covid.

Dezesseis capitais têm panelaço contra Bolsonaro

Cidades de todo o Brasil registraram panelaços como forma de protesto contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na noite desta terça-feira (23). O motivo da manifestação é a falta de medidas do governo federal para combater a Covid-19. Nesta terça, o Brasil superou pela primeira vez a marca de 3.000 mortes em 24 horas por Covid-19.

Bolsonaro fez pronunciamento no rádio e na TV no qual relacionou ações de governo para aquisição de vacinas e disse que estão “garantidas” 500 milhões de doses até o fim do ano.

Mais cedo, o Ministério da Saúde reduziu a previsão de vacinas contra a Covid-19 que serão entregues pelos fabricantes no próximo mês.

Além de bater as panelas nas janelas, os manifestantes também gritaram palavras de ordem como “Fora, Bolsonaro!” e chamaram o presidente de “genocida”. Assim que o anúncio do pronunciamento foi feito, durante a tarde, redes sociais e aplicativos de mensagens se movimentaram para organizar o ato, que teve participação de movimentos sociais, políticos e personalidades.

Foram ouvidos panelaços em bairros de São Paulo, Rio, Niterói, Belo Horizonte, Curitiba, Maringá, Distrito Federal, Goiânia, Florianópolis, João Pessoa, Porto Alegre, Recife, Fortaleza, Natal, Salvador e Vitória.

Fonte: G1/Brasília

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