Nina Verso, esse é o nome da persona virtual de Nina Silva, CEO do Movimento Black Money, eleita a mulher mais disruptiva do mundo em 2021, pela Women in Tech Global Awards, e conselheira da startup Biobots, responsável pelo avatar. Com estreia hoje (11) a Nina Verso tem como objetivo aproximar e desmistificar temas relacionados à era da hiperconexão.
“Escolhi a Nina Verso idêntica a mim devido à força de todo meu histórico ligado à tecnologia, empoderamento e pautas sociais. Ao mesmo tempo, pensamos nela como uma maneira de conversar de maneira simples sobre temas como educação financeira, inovação, empreendedorismo e futuro sustentável de forma descontraída com público de diferentes idades, identificação de gênero e raça”, comenta Nina Silva.
A Nina Verso nasce da mesma empresa que desenvolveu projetos como a Satiko, de Sabrina Sato e Pink, de Bianca Andrade. Recentemente, Nina Silva também se tornou entusiasta e estudiosa da chamada Web3 participando de projetos como a EVE NFT, uma organização autônoma descentralizada que vem contribuindo para a popularização da tecnologia entre as mulheres.
À Forbes Brasil, Nina fala sobre Nina Verso e reforça porque vem investindo tempo e recursos nas discussões e fomento às novas tecnologias descentralizadas. “Eu sempre tento estar atualizada e, para mim, a Nina Verso, minha influenciadora virtual, é uma continuidade do trabalho e que nos dá a versatilidade para conversar em uma nova linguagem”, diz Nina.
Forbes Brasil – Você se tornou um dos grandes nomes que estuda e investe em Web3. Por que aposta nesse ecossistema?
Nina Silva – A Web3 é uma nova fase da internet, que a gente vivencia e traz o protagonismo da blockchain. Então, a partir dos canais e da transparência que a blockchain permite, temos um novo mundo, cheio de possibilidades, com a cocriação entre marcas, pessoas criadoras e as suas comunidades. Não tenho como não apostar e não vivenciar essa era. Durante muito tempo a gente vem discutindo como o advento de novas tecnologias podem democratizar o acesso aos grupos surepresentados. A Web3 materializa essa possibilidade de democratização pela possibilidade das comunidades tomarem decisões, engajarem e trazerem audiência para o que realmente for relevante. Esse novo momento propicia uma melhor oportunidade de criatividade, de sermos realmente proprietários e proprietárias das nossas obras, dos nossos serviços materializados, da nossa criatividade e a serviço de algo muito maior.
FB – Quais as oportunidades deste novo mundo?
Nina – As oportunidades acontecem de maneiras infinitas por meio da Web 3, já que ajuda amplificar e desburocratizar as negociações, trazer mais transparência dentro de contratos, entre contratações e a amplificação de acesso, uma vez que, ao fazer parte de uma comunidade, você tem o direito garantido de que todos os integrantes têm ciência de tudo que acontece, ao mesmo tempo e com a mesma qualidade e transparência. Além disso, também podemos falar de outras áreas como o segmento educacional e da saúde. Entretanto, não podemos esquecer que será necessário que outras tecnologias também avancem junto com a Web3. Então, o âmbito de pesquisa, de acesso, de trocas de informações para desenvolvimento de novas soluções, além de aprimoramento e validação de novas tecnologias também serão impactados por essa evolução.
FB – Em que momento você enxergou a importância de ter um avatar e de que maneira será o desdobramento da estratégia?
Nina – Não consigo datar o momento em que eu enxerguei a importância de ter um avatar, mas sim de dar uma continuidade nas minhas interações e no meu trabalho, que já é feito em diferentes plataformas. Eu acredito que esses novos espaços, novos territórios, devem ser ocupados por pessoas diversas. Não podemos fazer com que a Web3 seja um espaço apenas para obras colecionáveis, para artistas e celebridades ou exclusivo para o mundo da moda. Ela precisa ser para todas as pessoas de diferentes áreas. Então, a Nina Verso está entrando nesse lugar enquanto avatar para trazer uma voz. Ela traz uma nova unidade para diferentes comunidades, representando também aqueles que querem coisas práticas no dia a dia, que querem escutar, aprender e trocar informações para as suas diferentes áreas de atuação e aproximar esses diferentes universos e realidades de todas as pessoas. Eu entendo que ela é uma continuidade minha, já que ela vem para trazer conhecimento sobre uma área em que eu sou inserida e estudo de uma maneira contínua.
FB – O que tem de diferencial do seu perfil de avatar?
Nina – A estratégia é poder falar para diferentes públicos, em diferentes plataformas sobre as minhas áreas de especialização: tecnologia, negócios, inovação e finanças. Isso tudo vindo de uma voz e de uma pessoa preta, dentro do metaverso, e que visa alcançar todos os lugares. Uma voz diversa, que representa maiorias minorizadas de acesso em uma sociedade que quer viver melhor. Então, a estratégia é manter um rosto preto construindo novos espaços, seja no físico ou nas intersecções e interações com as novas realidades Acredito que eu posso e vou agregar quando pensamos em um lugar de autoridade de conteúdos, que possam ser sensíveis e preciosos no dia a dia de qualquer pessoa, como donas de casa, pessoas de diferentes idades, regiões do país ou fora do Brasil. Hoje, muitos depoimentos que eu recebo são de pessoas que não só que se inspiram, mas que inserem meus conteúdos em suas carreiras e negócios.
FB – O que você empresa da Nina para a Nina Verso?
Nina – Há uma limitação muito grande quando a gente fala do lugar de subversão e isso eu não quis perder com a Nina Verso. Ela também amplifica esse discurso da Mulher Mais Disruptiva do Mundo que sou, segundo o Women in Tech Global Awards 2021. Um prêmio que nenhuma brasileira teve até hoje, em anos de premiação, e acaba por ditar que a cara feminina de inovação e tecnologia no mundo é uma cara preta brasileira. Isso é algo muito imponente e, ao mesmo tempo, ameaçador para estruturas e o sistema. Meu intuito é visibilizar a potência e o lugar criativo, não somente de resistência, mas de transgressão que os grupos sub representados possuem hoje na sociedade e que o sistema tenta silenciar por meio da invisibilidade. Muitas vezes, grandes mídias e espaços tradicionais acabam abraçando apenas celebridades e artistas que levam engajamento espontâneo. O nosso intuito aqui é utilizar a Web 3 para também explorar novas plataformas de comunicação, de publicitação e amplificação de vozes. Vozes essas que definitivamente precisam ser ouvidas, mas, mais do que isso, precisam ser o combustível e o alimento para a transformação que a sociedade realmente precisa.
Por: Luiz Gustavo Pacete