A nave fazia parte do programa soviético Venera, de exploração de Vênus, mas ficou presa na órbita da Terra logo após o lançamento.
Após mais 50 anos na órbita da Terra, uma nave da extinta União Soviética deve cair no nosso planeta na próxima semana. Lançada em 1972, a nave Kosmos 482 é uma relíquia espacial que integrou a missão Venera, com o objetivo de explorar Vênus. Porém, uma falha impediu que a nave escapasse da órbita da Terra.
A queda deve ocorrer entre os dias 8 e 12 deste mês. Porém, a principal estimativa, de acordo com Marco Langbroek, que identificou a reentrada da Kosmos 482, é para a próxima sexta-feira (9).
No entanto, cientistas não conseguiram estimar o local exato onde a nave soviética pode cair no nosso planeta. Com base em sua rota orbital, a Kosmos 482 pode cair em qualquer lugar entre latitudes de 52 graus ao norte e ao sul.
Essa região inclui o Brasil, bem como toda América do Sul, os EUA, o continente africano, a Austrália e boa parte da Europa e da Ásia abaixo do Círculo Polar Ártico.
Apesar dessa ampla área, cientistas ressaltam que o risco da nave cair em lugares com população é extremamente pequeno. Vale lembrar que os oceanos cobrem cerca de 71% da superfície da Terra. Portanto, a expectativa é que a Kosmos 482 caia no mar, refletindo o destino comum da maioria dos pedaços de lixo espacial que retornam à Terra.
Kosmos 482
A União Soviética lançou o programa Venera em 1961 para obter informações sobre Vênus. As duas primeiras sondas enviadas, Venera 1 e Venera 2, não conseguiram chegar até o planeta.
Somente, em 1970, com a sétima versão da espaçonave se tornou o primeiro objeto terrestre a pousar em Vênus. A Kosmos 482 é uma versão quase idêntica da Venera 8, a segunda sonda a explorar a superfície de Vênus, em 1972.
No entanto, a Kosmos 482 não conseguiu sair da órbita da Terra por falhas no foguete Soyuz, ficando presa ao redor do planeta e se fragmentando logo após o lançamento.
A principal seção da Kosmos 482 caiu na Terra em maio de 1981, mas o resistente módulo de pouso ficou no espaço. Agora, o que sobrou da nave soviética deve cair na Terra 53 anos após seu lançamento.
Por: Pablo Nogueira