O Natal deve ser promissor para o segmento de alimentos e bebidas e a expectativa é que a tradicional ceia de fim de ano contribua para o aumento nas vendas de vinhos, espumantes e aves, além dos acompanhamentos típicos dessa data comemorativa. O impulso no comércio natalino provavelmente será observado nas compras dos brasileiros que farão as comemorações em casa, nos bares e restaurantes.
Essa é a avaliação da KPMG feita a partir de dados de mercado e comportamentos dos consumidores. A consultoria acredita ainda nas seguintes projeções de consumo e varejo no Natal: promoções para que a compra estimulada seja maior; forte estímulo do varejo para o consumidor usar mais os canais digitais, com promoções, descontos e oportunidades; e pressão forte na logística last mile, considerando que as compras têm data-limite para chegar, o que pode aumentar os custos dos fretes neste período.
“Após altas subsequentes de preços, a inflação demonstrou seu impacto principalmente sobre as vendas de eletroeletrônicos e bens duráveis. Todos os incentivos de consumo para a Copa do Mundo e a Black Friday não foram suficientes para reverter o fato de muitos consumidores brasileiros chegaram no fim do ano financeiramente instáveis e endividados. Isso pode ajudar a explicar a não conversão em vendas de acordo com as projeções realizadas inicialmente neste período para eletroeletrônicos e produtos de maior valor agregado”, afirma Fernando Gambôa, sócio-líder de Consumo e Varejo da KPMG no Brasil e na América do Sul.
Atacarejos presentes nas decisões de compras
A KPMG destaca ainda que a grande surpresa durante a Copa do Mundo e a Black Friday foi o aumento nas vendas do segmento de alimentos e bebidas, como petiscos, carnes para churrasco, bebidas e sobremesas para acompanhar os jogos, ampliando a presença no cardápio do brasileiro.
O aumento nas vendas veio combinado com uma alta dos pedidos em plataformas digitais, como itens comprados por impulso em aplicativos ou de forma planejada nos atacarejos. Neste caso, as compras foram realizadas em maiores quantidades e estão cada vez mais presentes nas decisões de compras do consumidor.
“Um ponto importante é que, como os resultados da Black Friday foram abaixo do esperado, os varejistas devem estar super estocados, pois se prepararam para um volume de vendas que não aconteceu. Isso vai se converter em pressão para o Natal, visto que eles precisam vender todo esse estoque. Para o consumidor, há chance de acesso a descontos interessantes”, afirma Mauricio Godinho, sócio-líder do segmento de Alimentos e Bebidas da KPMG no Brasil.
Com a aproximação do Natal e expectativas não realizadas de aumento de faturamento e tickets médios, a Black Friday durante a Copa do Mundo demonstrou sinais importantes sobre hábitos e tendências dos consumidores brasileiros neste final de ano. Eles não estão desembolsando grandes quantias para itens de maior valor agregado, mas tendem a gastar mais em alimentos e bebidas, cosméticos e produtos de cuidado pessoal.
de Redação