Um concurso da NASA premiará o melhor projeto de uma sombra solar, que fará parte de um observatório híbrido. A sombra será fornecida por um componente que funciona como uma espécie de “guarda-sol” para bloquear a luz do Sol, enquanto os telescópios observam exoplanetas nas vizinhanças do Sistema Solar.
O Observatório Híbrido para Exoplanetas Semelhantes à Terra (HOEE, da sigla em inglês) atuaria com os maiores telescópios terrestres para se tornarem verdadeiros observadores de exoplanetas — os maiores já feitos.
Para participar do concurso, os participantes devem desenvolver uma estrutura de sombra solar leve, com design que permita compactar o instrumento para ser transportado em um foguete. Uma vez no espaço, ele seria “desdobrado”, assim como aconteceu com o telescópio James Webb.
Além disso, o “guarda-chuva” deve ter a menor massa possível para que o lançamento seja fácil e barato, e seus propulsores químicos possam mantê-lo alinhado corretamente durante as observações. Os sistemas de propulsão também precisam conseguir mudar a órbita do instrumento para observar alvos diferentes.
Tudo isso é necessário para a observação direta de um exoplaneta. Até agora, os principais métodos de observação usados na descoberta de mais de 5 mil mundos foram o método de trânsito e o de velocidade radial. O método de lente gravitacional pode se tornar muito mais prolífico se os planos de usar o Sol como lente de aumento derem certo.
O método de observação direta não é exatamente o mais interessante para a descoberta de exoplanetas (por mais que alguns mundos tenham sido detectados dessa forma). Mas uma abordagem híbrida poderia ajudar os astrônomos a observar os planetas já descobertos em muito mais detalhes.
Nessa abordagem híbrida, o telescópio deve observar a luz que ele reflete enquanto orbita sua estrela. Essa luz interage com a atmosfera dos planetas, e é influenciada por minerais na superfície, oceanos, continentes, clima e vegetação. O obstáculo nessa tarefa é a luz intensa da estrela anfitriã daquele planeta, que ofusca a luz que se deseja observar.
A sombra estelar faz exatamente o que o nome sugere: cria uma sombra, bloqueando a luz da estrela sem bloquear a luz de seus planetas. Isso proporciona aos instrumentos científicos dados muito mais precisos sobre aqueles mundos e, quem sabe, pode revelar evidências de habitabilidade em algum deles.
Os cinco melhores projetos para o instrumento de sombra estelar dividirão um prêmio de US$ 7.000. O prazo final do concurso é o dia 22 de agosto e os detalhes e requisitos para participação estão disponíveis no site da NASA.
Fonte: NASA