A NASA está estudando possibilidades para a construção de uma futura infraestrutura de energia elétrica na Lua. O projeto preliminar foi apresentado por Dr. John H Scott, tecnólogo principal em armazenamento de energia e potência na agência espacial, em resposta a uma solicitação da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos.
Já se sabe que, para produzir energia na Lua, é preciso encarar vários desafios; somado a isso, grandes quantidades de energia são necessárias para o uso dos recursos locais. Pensando nestas questões, Scott dividiu a proposta de infraestrutura energética em diferentes etapas, e apresentou os requisitos tecnológicos para cada uma delas.
Em uma das fases, as tecnologias vão de células de combustível a heliostatos, que rastreiam e refletem a luz solar. Eles podem ser usados para fornecer energia a dispositivos variados, como rovers e laboratórios completos, mas vão precisar de maior complexidade conforme futuras bases industriais lunares se expandirem para uma nova fase.
Nesta, os sistemas de energia vão precisar funcionar paras alimentar estrutura maiores, como habitats de longa duração na superfície. Scott observou algumas lacunas nestas tecnologias, e descreveu prioridades futuras que devem ser consideradas para o desenvolvimento delas.
Na apresentação, Scott ressaltou que os circuitos eletrônicos resistentes à radiação estão no topo das prioridades da lista. O motivo? Segundo ele, “nenhum destes blocos construtores ou ambições de crescimento vão funcionar se a rede toda ficar sem energia na primeira tempestade solar. É aí que vamos ter problemas”, disse.
A preocupação não é sem motivo. A Lua não tem campo magnético como o da Terra, que protege nosso planeta e sistemas elétricos das partículas solares. Se considerarmos a tensão elétrica necessária para sustentar uma colônia inteira na Lua, houve de pouco a nenhum desenvolvimento para componentes dos circuitos eletrônicos de energia, como conversores; sem eles, o sistema não funcionaria, e é preciso protegê-los das consequências das tempestades solares.
A NASA vem dando apoio a algumas iniciativas focadas nestes objetivos, e a Câmara destinou mais de US$ 40 milhões neste ano para apoiar o desenvolvimento delas. Se tudo correr bem, elas devem ser demonstradas em 2026, mas Scott ressaltou que ainda são necessários vários estudos sobre estas tecnologias.
Fonte: NASA; Via: Universe Today
Texto: Danielle Cassita