A cidade de São Paulo possui agora mais uma novidade cultural para chamar de sua. O Museu das Culturas Indígenas foi inaugurado para o público geral na quinta-feira, 30 de junho, e consiste no primeiro museu feito e conduzido por indígenas no país.
Entregue pelo Governo de São Paulo, o espaço conta com sete andares e está dividido em locais para exposições de longa e curta duração, centros de pesquisa e referência, auditório, administrativo e reserva técnica, totalizando uma área de 1.400 m².
Situado no Complexo Baby Barioni, próximo ao Parque da Água Branca, na zona Oeste da capital paulista, a entrada será gratuita durante todo o mês de julho.
O museu faz parte do plano de expansão da rede museológica do governo do estado e recebeu um aporte de R$ 14 milhões. O novo equipamento foi inaugurado em parceria com a organização social de cultura Acam Portinari e o Instituto Maracá, que tem por missão proteger e difundir o patrimônio cultural indígena.
A proposta diferencial do museu se dá na sua forma de gestão e governança, que preconiza o protagonismo de diversos povos e comunidades indígenas por meio do Conselho Indígena Aty Mirim, que rege as diretrizes de curadoria do equipamento.
Exposições e artes indígenas
Três mostras fazem parte deste período de inauguração do museu, as quais provocam os visitantes a repensar a imagem que muitos têm sobre os povos originários do Brasil.
A mostra coletiva “Ocupação Decoloniza – SP Terra Indígena” abrange as áreas externas do museu, com diferentes linguagens artísticas nos muros e fachadas do edifício.
A exposição destaca os grafismos Guarani. Murais com onças pintadas em duas paredes externas chamam a atenção de quem passa por ali, além de uma grande faixa que ocupa vários andares com os dizeres: “Atenção, área indígena”.
Já a exposição “Invasão Colonial Yvy Opata – A terra vai acabar”, do artista Xadalu Tupã Jekupé, revela uma estética de arte urbana contemporânea e evidencia, com múltiplas linguagens, a demarcação dos deslocamentos territoriais e o território indenitário indígena ameaçado pela sociedade ocidental.
Por fim, a mostra “Ygapó: Terra Firme”, de autoria do artista e curador Denilson Baniwa, leva os visitantes para dentro da Floresta Amazônica com o suporte de experiências sensoriais. Produções contemporâneas, tradicionais, sonoras e visuais de músicos indígenas compõem a exposição.
Atualmente, a curadoria de artistas e obras está a cargo de Tamikuã Txihi, Denilson Baniwa e Sandra Benites.
Museu das Culturas Indígenas
Rua Dona Germaine Burchard, 451, Água Branca – São Paulo/SP
Funcionamento de terça-feira a domingo e feriados das 9h às 18h; horário estendido até às 20h às quintas-feiras. Museu fechado às segundas-feiras
Ingressos pela Sympla (entrada gratuita no mês de julho mediante agendamento)
Por: CNN Viagem & Gastronomia