No ecossistema de inovação, em média, a cada 100 startups, 10 atingem o sucesso e 1 tem desempenho extraordinário. Ao analisar esse cenário, foi desenvolvido o Programa 100-10-1 Startups, uma experiência de capacitação em rede que possibilita que executivos se qualifiquem para o relacionamento com startups conhecendo ao menos 100 soluções alinhadas com seus interesses, conversando e contribuindo com pelo menos 10 delas e mentorando 1.
O lançamento do programa foi a primeira iniciativa do Movimento Cultura Aberta para Inovação, que tem a proposta de mudar mais uma vez o patamar da Open Innovation no Brasil, e é capitaneado pela 100 Open Startups, principal plataforma de inovação aberta do País. O movimento irá definir programas e ações para evolução da prática no País.
A iniciativa foi idealizada a partir de encontros organizados pela 100 Open Startups, no início de 2021, intitulado Comunidade de Prática de Open Innovation, composta por gestores de inovação aberta de empresas líderes do país.
Durante os encontros, os gestores apontaram que o principal desafio das corporações para o desenvolvimento da Open Innovation é a cultura e a capacitação das equipes para o relacionamento com startups, de forma a identificar e abraçar oportunidades de geração de valor com startups, tema que tem sido cada vez mais debatido por organizações que visam inovar por meio da colaboração com o ecossistema. Segundo levantamento realizado pela plataforma, a prática de Open Innovation tem praticamente dobrado a cada ano. De 2020 para 2021, por exemplo, o número de relacionamentos declarados no Ranking 100 Open Startups passou de 13.433 para 26.348, um aumento de 96%. Em relação à quantidade de corporações que tiveram contratos de open innovation com startups, o número saltou de 1.968 para 3.334 – um crescimento de 69%.
De acordo com dados da 100 Open Startups, existem hoje cerca de mil profissionais realmente habilitados para a open innovation com startups no Brasil. “Faltam, nas empresas, mais profissionais com experiência e uma cultura, de fato, propícia à inovação aberta. Como resposta a essa dor, junto às empresas líderes do Ranking 100 Open Corps, lançamos o Movimento Cultura Aberta para Inovação, para incentivar que mais colaboradores se envolvam com startups e interajam com esse ecossistema para criar uma cultura real de inovação”, acrescenta Bruno Rondani, CEO da 100 Open Startups.
A 100 Open Startups tem como missão promover a Open Innovation com startups no Brasil. A origem do envolvimento com o tema surgiu em 2008, quando, a partir da identificação do potencial dessa prática dentro das empresas, foi criado o Centro de Open Innovation Brasil, reunindo cerca de 350 gestores corporativos na primeira edição da Open Innovation Week. Esses gestores compartilhavam de dores similares – que, em geral, envolviam a necessidade de atrair talentos e soluções para seus desafios – e, rapidamente, compraram a ideia de fazer open innovation aqui no Brasil.
“Hoje, a Open Innovation com startups no Brasil, embora ainda não esteja na ponta de lança das grandes disrupções e inovações mundiais, tem potencial para trazer algo tão ou mais importante para dentro das corporações: a mudança de cultura. É esse o foco do Movimento Cultura Aberta para Inovação: discutir, trocar e colaborar para que, cada vez mais, a inovação e o empreendedorismo estejam arraigados nas culturas das grandes corporações. Cada vez mais, vemos empresas se juntando ao mundo da inovação aberta, ou seja, começando a fazer open innovation com startups”, reforça Rondani.
Muitos dos profissionais que atuam hoje com inovação aberta não foram formados previamente nessa prática e acabaram assumindo essas funções. “A única forma de aprender sobre o relacionamento com o ecossistema é relacionando-se. Precisamos de mais pessoas com experiência para criar uma cultura eficiente de inovação aberta, que gere resultados e reconhecimento”, analisa Rondani.
Programa 100-10-1 Startups
O Programa 100-10-1 Startups é uma experiência e capacitação em rede para quem quer se qualificar e construir sua reputação no jogo da inovação. A qualificação é realizada por meio de uma jornada de imersão no ecossistema de startups, que tem duração de até um ano e é dividida em três etapas de engajamento. A primeira etapa tem como objetivo conhecer o ecossistema e avaliar o potencial de pelo menos 100 startups relevantes para o perfil do participante; a segunda testa as habilidades, oferecendo conselhos para no mínimo 10 startups classificadas como de alto potencial; e a terceira desenvolve um relacionamento mais profundo como mentor de ao menos 1 startup.
O Programa é destinado a profissionais de qualquer setor de atuação que queiram aprender, na prática, a se relacionar e contribuir com startups e conquistar reconhecimento como líderes em inovação ao longo desse processo. Trata-se de um formato inovador e gamificado, que agrega experiência e capacitação, potencializando o aprendizado por meio da ação. A pessoa passa a fazer parte da maior rede de inovadores do Brasil e tem contato direto com as soluções que podem ditar os próximos passos da sua área de atuação.
A certificação acontece quando o(a) participante atinge um total de 30 pontos e cumpre com todos os requisitos do programa. O sistema computa as avaliações realizadas online, além da avaliação que seus feedbacks recebem dos empreendedores.
“Entendemos que a prática de open innovation depende de três pilares fundamentais: capacitação e cultura, métodos e processos e gestão de ecossistema. Os dois últimos são relativamente fáceis e seus caminhos já estão traçados, mas o grande desafio está na capacitação e na mudança de cultura”, afirma o CEO. “Ao observar esse crescimento, sentimos a necessidade de criar um espaço para os praticantes de open innovation com startups, com o objetivo de trocar boas práticas e ferramentas que os apoiem nas iniciativas de inovação aberta das suas empresas”, completa.
Em termos de impacto, apenas nos primeiros meses do ano, já são mais de 750 participantes, o que significa que o número de profissionais habilitados para a prática de open innovation com startups no país deve no mínimo dobrar até o final de 2022.
Uma das empresas que aderiu com seus colaboradores ao Programa 100-10-1 Startups é o Sicredi, prestadora de serviços financeiros, que soma mais de 5,5 milhões de associados, além de mais de 30 mil colaboradores espalhados pelo país. Com a implementação da Transformação Digital, a companhia mira agora na capacitação de times para acelerar também os processos de inovação via conexão com startups e vê a participação no ecossistema de inovação como ponto primordial da sua estratégia.
“A inovação é um elemento fundamental na nossa visão de futuro, e esta parceria gera o benefício de conexão com um canal bastante consolidado de interação com as startups. Ao mesmo tempo, promove o aprimoramento dos conhecimentos de nossos colaboradores sobre inovação aberta”, comenta Rodrigo Severo, especialista em Inovação do Sicredi.
Fonte: IstoÉ