A sonda InSight da Nasa acabou de detectar o maior terremoto já registrado em outro planeta – um “marsquake”, como são chamados os terremotos registrados em Marte, de magnitude 5 na escala Richter que ocorreu no planeta vermelho em 4 de maio.
“Desde que estabelecemos nosso sismógrafo em dezembro de 2018, estávamos esperando pelo ‘grande’”, disse Bruce Banerdt, investigador principal da InSight no Jet Propulsion Laboratory da Nasa, em um comunicado.
“Este terremoto certamente fornecerá uma visão do planeta como nenhuma outra. Os cientistas analisarão esses dados para aprender coisas novas sobre Marte nos próximos anos”, continuou Barerdt.
Desde que pousou em Marte em 2018, a InSight detectou mais de 1.313 terremotos. Até agora, o maior teve magnitude de 4,2 e ocorreu em 25 de agosto de 2021.
“Marsquakes” são como os terremotos que experimentamos na Terra, apenas um pouco diferentes por que ocorrem em cada planeta. Na Terra, esse evento seria um terremoto de tamanho médio – mas é suficiente para um novo recorde de atividade sísmica detectada por cientistas que estudam Marte.
Quando experimentamos terremotos, é porque as placas tectônicas da Terra estão se movimentando. Até agora, a Terra é o único planeta conhecido por ter essas placas.
Estrutura da crosta marciana
Então, como os terremotos ocorrem em Marte? Pense na crosta marciana como uma única placa gigante. Esta crosta tem falhas e fraturas dentro dela porque o planeta continua a encolher à medida que esfria. Isso coloca pressão na crosta marciana, esticando-a e rachando-a.
Quando as ondas sísmicas de “marsquakes” viajam através de diferentes materiais dentro do interior marciano, isso permite que os cientistas estudem a estrutura do planeta. Isso os ajuda a entender o misterioso interior marciano e aplicar essa pesquisa para aprender como outros planetas rochosos, incluindo o nosso, são formados.
O sismômetro incrivelmente sensível da sonda, chamado Experimento Sísmico para Estruturas Interiores, tem a capacidade de detectar terremotos a milhares de quilômetros de distância. Os dados coletados pela InSight até agora revelaram novos detalhes sobre o núcleo e o manto marcianos pouco conhecidos.
A equipe científica da InSight continua analisando o terremoto para entender melhor sua origem e o que pode revelar sobre o planeta vermelho.
A missão está enfrentando novos desafios à medida que Marte entra na temporada de inverno, quando mais poeira é lançada no ar. Essas partículas flutuantes reduzem a luz solar necessária para carregar os painéis solares que alimentam a InSight, que atualmente está trabalhando em uma missão estendida que dura até dezembro.
Em 7 de maio, o módulo de pouso entrou em modo de segurança quando seus níveis de energia caíram, com funcionamento apenas de funções essenciais. A equipe antecipa que isso pode acontecer mais no futuro, à medida que os níveis de poeira aumentam.
O fluxo constante de dados da InSight para cientistas na Terra será interrompido quando as células solares não puderem mais gerar energia suficiente, o que pode acontecer até o fim deste ano. Mas os pesquisadores estudarão as detecções feitas pela InSight nas próximas décadas, a fim de aprender o máximo possível sobre Marte.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br