Hoje, com facilidade, é possível enxergar a transformação digital de diversos serviços, principalmente a dos sistemas financeiros. Essa revolução fica evidente à medida em que os bancos buscam operações cada vez mais eficientes, ágeis, seguras e, acima de tudo, inovadoras.

A adoção de microsserviços na estrutura do setor representa uma nova era para a personalização e a segurança, permitindo a integração simplificada de processos, o gerenciamento seguro de identidades e a conformidade com as regulamentações exigidas pelo país.

As instituições brasileiras estão entre as que mais investem em tecnologia para garantir competitividade e conformidade regulatória. De acordo com o levantamento da Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN), em 2024, os investimentos em tecnologia alcançaram R$ 47,4 bilhões, crescimento de 21% em relação ao ano anterior. Esse aumento reflete o compromisso em aprimorar a experiência do cliente, aumentar a resiliência operacional e garantir a segurança dos dados, aspectos fundamentais em um setor que lida diariamente com um grande volume de transações sensíveis.

O desenvolvimento tecnológico financeiro caminha em conjunto com a demarcação operacional das arquiteturas digitais desses serviços que, em muitos casos, preferem fazer uso dos microsserviços. Nesse cenário, essas soluções têm se consolidado como um dos principais pilares de modernização dos bancos, possibilitando maior escalabilidade, flexibilidade e proteção de dados, modernizando seus sistemas sem comprometer a continuidade das operações e tornando-os mais adaptáveis às novas exigências do mercado.

Esse movimento é ainda mais fundamental para pequenos e médios bancos, além das fintechs, que precisam competir com grandes instituições sem a mesma estrutura digital. A adoção de microsserviços permite maior agilidade e redução de custos, acelerando a inovação e tornando a operação mais eficiente.

No entanto, a complexidade técnica ainda representa um desafio significativo para muitas instituições no Brasil, que precisam encontrar maneiras eficazes de gerenciar e integrar os serviços. Em uma configuração como esta, a integridade e consistência dos dados precisam ser garantidas mesmo com a dispersão entre diversas frentes de negócio, o que exige soluções de armazenamento e sincronização.

Além disso, a comunicação entre os microsserviços, que geralmente é realizada por meio de estruturas orientadas a eventos, requer uma orquestração eficiente e ferramentas adequadas para garantir que todas as funcionalidades se integrem de forma fluida e sem falhas. Com a crescente necessidade de compartilhamento de dados, as APIs desempenham papel crucial na transformação. Soluções especializadas, como plataformas que auxiliam na criação, gerenciamento e segurança de APIs, bem como sistemas de autenticação e proteção de identidades digitais, têm sido essenciais para garantir que a segurança seja mantida em cada ponto da arquitetura.

Segurança cibernética

Importante citar que a segurança cibernética é uma prioridade estratégica para o setor também. O mesmo estudo da FEBRABAN ainda reforça que, em 2024, os bancos brasileiros destinaram aproximadamente R$ 4,7 bilhões exclusivamente para cibersegurança, com foco em infraestrutura, ferramentas especializadas para detecção e resposta a ameaças cibernéticas, gestão de identidades e acessos, segurança em nuvem e criptografia de dados. Com um modelo descentralizado, é possível implementar camadas adicionais de proteção em cada serviço, reduzindo riscos de falhas sistêmicas e tornando mais eficiente a resposta a incidentes.

A digitalização reflete a necessidade de operações resilientes. Com os microsserviços, os sistemas são escalados conforme a demanda, garantindo o desempenho estável mesmo em períodos de alta utilização. Essa abordagem também permite a adoção de tecnologias emergentes, como inteligência artificial e automação para otimizar a personalização e o atendimento ao cliente. São capazes de moldar o futuro do setor bancário no Brasil e, com o avanço digital do mercado financeiro, a adoção desse modelo se torna essencial para manter a competitividade no mercado, além de responder às inúmeras exigências do consumidor moderno.

Por Fernando Arditti, vice-presidente e gerente-geral da WSO2 na América Latina, edição: Giovanna Fantinato