A maternidade, por vezes, vem como uma escolha para a mulher, entre filhos e carreira a esperança e o medo permeiam como os principais sentimentos das profissionais que sonham em serem mães. O processo de educar um ser humano é um grande desafio e conseguir conciliar a maternidade com a carreira se torna um desafio maior ainda. A artista Lorena Ly explica um pouco sobre como tem sido esse processo para ela.
Lorena, que nasceu em Cuiabá, começou a cantar ainda criança dentro da igreja. Aos 16 a cantora se apresentou pela primeira vez em um festival de música no município de Campo Verde, no qual venceu em 1º lugar na categoria de MPB. Foi a partir desse dia que Lorena começou a enxergar a música como um possível caminho profissional.
A artista se apresentou durante anos na antiga casa de shows Bar Choro e Seresta, popularmente conhecida como chorinho, onde iniciou sua trajetória no samba. No ano de 2015 a musicista participou da competição musical The Voice Brasil e a partir dela obteve uma maior projeção no estado de Mato Grosso.
“Consegui fazer grandes shows, até hoje essa vivência me proporciona bons resultados”, declara Lorena.
Lorena, que se tornou mãe um pouco antes do início da pandemia, relata sobre as transformações no corpo, a conexão com sua filha, os momentos cotidianos de trocas, a amamentação e as inúmeras pesquisas realizadas para fornecer uma educação empática e acolhedora para a pequena Liz.
Voltando para o mercado aos poucos, Lorena reforça sobre a importância de se ter uma rede de apoio na criação de uma criança:
“Atualmente estou morando em Brasília e confesso que se eu tivesse uma rede de apoio aqui eu estaria trabalhando bem mais, neste momento estou indo um pouco mais devagar em relação a minha carreira. O mercado tinha que oferecer mais caminhos, ainda temos muito o que lutar nessa questão trabalhista para mães, nós acabamos deixando de fazer muitas coisas”, explica Lorena.
Quando a educação de uma ou mais crianças se torna responsabilidade de apenas uma pessoa, é quase certo de que isso levará à exaustão. Uma mãe exausta não consegue aproveitar os momentos com seu filho e nem realizar suas tarefas profissionais. A falta de rede de apoio pode gerar uma anulação da mãe consigo mesma pois, muitas vezes, ela não consegue obter um tempo para si. Sem uma estrutura adequada, essa sobrecarga pode gerar sérios problemas emocionais.
Com seu esposo também sendo músico, Lorena conta que sua filha está constantemente exposta ao ambiente artístico. Os dois buscam estimular o consumo a arte, Lorena explica que Liz já possui uma relação com os instrumentos musicais.
“A música já está na vivência dela, nós deixamos nossos instrumentos espalhados pela casa e ela tem acesso a todos eles”, declara a musicista.
Lorena conta que possuía uma relação muito tímida com o próprio corpo e, segundo ela, a experiência de parto transformou a sua relação com o corpo. Isso refletiu em seu trabalho trazendo mais expressividade para as suas performances.
A criação de ambientes inclusivos para mães é algo extremamente necessário para o seu desenvolvimento profissional. Como artista, Lorena explica sobre a importância da arte na vida das pessoas e como a ausência dela prejudica a todos:
“Recentemente todos passamos por uma experiência muito difícil que foi a pandemia. As pessoas ficaram a maior parte desse tempo dentro de casa, imagina como seria passar por esse momento sem consumir arte? É algo muito necessário”, explicita Lorena.
A volta aos palcos
Durante a pandemia a artista trabalhou, juntamente com a cantora Carol Nogueira, em um novo projeto. O grupo de samba e pagode chamado Deixa a Menina estreia no segundo semestre de 2022.
Em julho Lorena retorna a Cuiabá para participar da nova edição do festival de inverno. A convite do cantor Pescuma, a artista se apresentará no projeto Divas juntamente com as demais cantoras cuiabanas que também participaram do The Voice Brasil.
Por: Victória Oliveira