O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) vai investir R$ 11,3 milhões no projeto de construção do Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Medicamentos (CPDIM), que será que será instalado no Parque Tecnológico da Bahia, em Salvador. O anúncio foi feito pela ministra Luciana Santos, nesta segunda-feira (16), durante visita à Fundação Baiana de Pesquisa Científica e Desenvolvimento Tecnológico, Fornecimento e Distribuição de Medicamentos (Bahiafarma), instituição vinculada à Secretaria da Saúde da Bahia (SESAB) e responsável pela gestão técnica do centro de pesquisa.
“A Bahia e o Nordeste têm uma vocação natural da nossa biodiversidade que precisa ser aproveitada para desenvolver novos fármacos e novos princípios ativos”, afirmou a ministra Luciana Santos. Segundo ela, a Bahiafarma é um exemplo de política pública de Estado necessária para garantir autonomia e soberania na produção de soluções para o povo brasileiro.
O centro de pesquisa é fruto de um convênio entre a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação da Bahia (Secti) e a Associação das Empresas do Parque Tecnológico da Bahia (AEPTEC). Inicialmente, o trabalho do CPDIM estará voltado à prospecção e identificação de moléculas com potencial terapêutico em plantas originárias da flora baiana e na conformação da Rede FitoBahia, articulando o ambiente científico, a agricultura familiar e o conhecimento tradicional. A rede multissetorial já atua pesquisando a cadeia do óleo de licuri e sua ação cicatrizante, além de outras plantas como o mulungu, aroeira, maracujá do mato e moringa.
Durante a visita, a presidente da Bahiafarma, Ceuci Nunes, apresentou os principais projetos em andamento, fruto da cooperação técnica com as universidades parceiras, alinhados à estratégia de fortalecimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (CEIS) e focados na utilização dos recursos existentes na flora da região. “As iniciativas articuladas com as pesquisas realizadas nas universidades possuem enorme potencial para aumentar a produção nacional de medicamentos e insumos, fortalecer a economia e a cadeia produtiva regional e valorizar o trabalho realizado por nossos pesquisadores”, apontou.
Projetos
A secretária de Saúde da Bahia, Roberta Santana, destacou que um dos projetos de maior impacto atualmente é o desenvolvimento de uma formulação pediátrica de hidroxiureia, em parceria com a Faculdade de Farmácia da UFBA, que será fundamental para maior precisão na dosagem diária necessária e uma melhor adesão ao tratamento precoce da doença falciforme. A Bahia é o estado brasileiro com a maior incidência dessa doença, que afeta majoritariamente a população negra.
“Vamos tentar desenvolver tecnologia com insumos da nossa biodiversidade. Com produtos da Caatinga e do Cerrado. Com esses insumos podemos fazer fitoterápicos, cosméticos, uma série de produtos que a Bahiafarma pode patentear e vender não só para o SUS, mas para todo o mercado nacional e até internacional. Isso agrega valor à indústria farmacêutica, que passa a ter patente própria, produzir e não somente replicar a fórmula dos outros”, ressaltou o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação da Bahia, André Joazeiro.
Também participaram do encontro o secretário de Emprego, Trabalho, Renda e Esportes, Davidson Magalhães, aas reitoras da Universidade Estadual da Bahia, Adriana Marmori, da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB), Georgina Gonçalves, e os deputados federais, Jorge Solla e Alice Portugal.Categoria