Um dos principais eventos de produtos de limpeza no mundo, o Cleaning Products Latin America 2023 reuniu agências reguladoras de diversos países, indústria e técnicos para debater tendências e cenários de saneantes na América Latina.
A busca por sustentabilidade em produtos de limpeza deve ser realizada de forma transversal, alinhando o uso consciente dos recursos naturais não só na produção dos saneantes, mas, também, na busca do aumento da vida útil dos produtos/itens higienizados e até dos aparelhos usados na limpeza doméstica e corporativa, incentivando parcerias nesse sentido. Esta foi uma das conclusões do CPLA – Cleaning Products Latin America 2023, que ocorreu na capital paulista nos dias 21 e 22 de junho.
O evento é uma das principais conferências internacionais de produtos de limpeza no mundo e visa discutir os desafios de cadeias de suprimentos, oportunidades de crescimento e investimento, inovação e tendências em saneantes na América Latina. A organização do CPLA é da ALIADA – Associação Latino-Americana de Indústrias de Produtos de Limpeza, em parceria com a Smithers e com a ABIPLA – Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de Uso Doméstico e de Uso Profissional.
“O foco em sustentabilidade foi tema central de diversos painéis e é interessante notar como a indústria de produtos de limpeza tem adotado uma visão sistêmica e transversal do tema, buscando não apenas fórmulas com maior biodegradabilidade e embalagens reutilizáveis, mas, também tentando aumentar a vida útil de tecidos e equipamentos de limpeza, como máquinas de lavar roupas ou louças, por exemplo, levando a parcerias para o desenvolvimento de produtos exclusivos”, analisa Paulo Engler, diretor-executivo da ABIPLA. “Este aumento de vida útil de roupas e equipamentos significa diminuição de descarte de tecidos danificados e até de componentes elétricos e hidráulicos de eletrodomésticos”, complementou Engler, durante o evento.
Entre as soluções discutidas no Congresso, estiveram o desenvolvimento de detergentes que consigam aumentar a durabilidade de tecidos, com menor desgaste de fibras e manutenção de cores nas lavagens, e soluções que deixem menos resíduos em máquinas automáticas de louças e roupas, o que implicaria menos manutenção, além de opções de saneantes formulados para lavagens com água fria – o que ocasionaria menor consumo de energia. “Essa discussão apenas mostra a capacidade de inovação da indústria de produtos de limpeza. No Brasil, o setor químico, do qual fazemos parte, investe mais de R$ 2,5 bilhões anuais em inovação”, diz Engler, citando dados da CNI – Confederação Nacional da Indústria.
Segundo o diretor-executivo da ABIPLA, esse aporte em inovação permitiu que o Brasil se consolidasse como o 4º maior mercado de produtos de limpeza do mundo, segundo dados da Euromonitor International. “Além disso, temos um dos maiores potenciais de crescimento, já que a previsão é que o consumo de saneantes no Brasil cresça 35% até 2027. Hoje, o consumo nacional só é menor do que o dos Estados Unidos, da China e do Japão”, completa.
Encontro regulatório
O evento também contou com painéis regulatórios, envolvendo membros de agências de diversos países da América Latina, como Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile e Peru, além do Brasil, com participações de Rodrigo Ottoni, Gerente Executivo de Cosméticos e Saneantes da ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária, e Webert Gonçalves de Santana, Coordenador de Saneantes da ANVISA. Em pauta, a discussão por convergência regulatória entre os países-membros da ALIADA, a troca de experiências e cases de sucesso de aprovação de produtos durante a pandemia.
“O mercado recebeu uma série de novos produtos desde o início da pandemia e, no Brasil, a ANVISA mostrou celeridade nas aprovações, especialmente, dos produtos utilizados na desinfecção de superfícies e ambientes”, analisa o diretor-executivo da ABIPLA.