No dia 17 de agosto, o Brasil celebrou o Dia Nacional da Mulher Empresária, uma data estabelecida pela Lei 14.545/2023, aprovada pelo Congresso Nacional. A iniciativa visa promover e reconhecer o empreendedorismo feminino no país. A relatora dessa legislação no Senado, Zenaide Maia (PSD-RN), destacou a importância de estimular o empreendedorismo como um meio de capacitar as mulheres e garantir sua independência financeira.
No ano de 2022, o empreendedorismo feminino atingiu um marco histórico no Brasil, com um número crescente de mulheres assumindo o papel de proprietárias de seus próprios negócios. Segundo uma pesquisa conduzida pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) com base em informações do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mulheres lideravam 34,4% do total de negócios no país, somando um contingente de 10,3 milhões de empreendedoras.
A pesquisa também evidenciou a resiliência das empreendedoras, superando uma queda que ocorreu durante a pandemia de Covid-19. No segundo trimestre de 2020, a proporção de mulheres que atuavam como líderes de negócios atingiu seu ponto mais baixo, registrando 33,4%, um valor não visto desde o terceiro trimestre de 2016, quando estava em 32%.
Embora o empreendedorismo feminino tenha se fortalecido, a participação das mulheres como proprietárias de negócios (34,4%) ainda não atingiu o nível mais alto já registrado, que foi de 34,8% no quarto trimestre de 2019. A pesquisa também revelou um aumento de 30% no número de mulheres que expandiram suas empresas ao contratar funcionários entre 2021 e 2022, resultando em um acréscimo de aproximadamente 300 mil novos empregos criados por empreendedoras. No entanto, a maioria das mulheres, cerca de 90%, continua a gerenciar seus negócios de forma independente, sem a contratação de funcionários.
Os estados do Rio de Janeiro e Ceará sobressaíram como líderes na presença de mulheres como proprietárias de empreendimentos, apresentando uma proporção de 38% em relação ao número total de empreendedoras, ultrapassando a média nacional de 34,4%.
De acordo com a empresária e profissional da área de tecnologia, Cristina Boner, a instauração do Dia Nacional da Mulher Empresária no calendário nacional pode inspirar e empoderar as mulheres. Para ela, a ação também ajuda a promover a igualdade de gênero e aumentar a conscientização sobre a questão no país, sobretudo em relação a temas como acesso limitado a financiamento, equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, e estereótipos de gênero.
Para Boner, o networking e a colaboração são algumas maneiras para haver uma participação feminina maior no meio empresarial. “Eventos e atividades relacionados a este dia podem facilitar o networking entre mulheres empresárias, promovendo colaborações e oportunidades”, disse.
A especialista em tecnologia ressalta que, pelo desenvolvimento profissional, essa data pode servir como um dia para oferecer programas de desenvolvimento, workshops e recursos para mulheres empresárias, ajudando-as a aprimorar suas habilidades e conhecimentos. “A criação do Dia Nacional da Mulher Empresária também pode dar visibilidade internacional ao país, às suas iniciativas de promoção da igualdade de gênero e do empreendedorismo feminino”, afirma.
Texto: Portal Investne