O fenômeno recebeu o nome de “auroras SpaceX”, um termo recém-cunhado que se refere a manchas vermelhas e esféricas no céu noturno, que podem ser facilmente vistas com o olho nu

Os foguetes SpaceX estão abrindo buracos na atmosfera da Terra à medida que retornam à superfície, alertaram cientistas. O fenômeno recebeu o nome de “auroras SpaceX”, um termo recém-cunhado que se refere a manchas vermelhas e esféricas no céu noturno, que podem ser facilmente vistas com o olho nu.

Conforme explica o Spaceweather.com, o nome não é totalmente preciso, pois tecnicamente não são auroras. Na verdade, tratam-se do resultado de foguetes SpaceX queimando seus motores na ionosfera da Terra, uma parte da atmosfera superior onde a radiação solar ioniza átomos e moléculas para criar uma camada protetora de elétrons.

À medida em que a empresa — de propriedade do bilionário Elon Musk — amplia seu calendário de lançamentos, esse efeito pode ser um problema. Isso porque a ionosfera desempenha uma função técnica importante, garantindo a estabilidade das comunicações de rádio de ondas curtas e dos sinais GPS, conforme lembra o portal Futurism.

No entanto, os efeitos completos destas auroras ainda não são totalmente compreendidos.

“A frequência dessas nuvens vermelhas pode aumentar à medida que a SpaceX visa mais lançamentos no futuro”, disse Stephen Hummel, do Observatório McDonald em Austin, no Texas (EUA). “O seu impacto na ciência astronômica ainda está sendo avaliado”, acrescentou. “Os satélites Starlink são um problema conhecido, mas os efeitos dos próprios lançamentos de foguetes são uma área crescente de atenção”.

É um fenômeno significativo, bastante exclusivo dos foguetes da SpaceX, que podem queimar seus propulsores para pousar de volta ao solo.

“Durante a queima, o motor libera cerca de 400 libras de gases de escape, principalmente água e dióxido de carbono”, disse Jeff Baumgardner, que construiu um instrumento personalizado no Observatório McDonald. “Tudo isto acontece a cerca de 300 quilômetros de altitude, perto do pico da ionosfera, por isso é feito um buraco significativo.”

Texto: Epoca Negocios