O mundo mudou substancialmente na última década, afirma Klaus Schwab, fundador do Fórum Econômico Mundial. Os avanços são evidentes, mas ainda há regiões do mundo que ficaram para trás economicamente. A industrialização, tão eficiente em criar prosperidade e crescimento nos atuais países ricos, patina em alguns países – sendo o Brasil um deles.
As transformações promovidas pela nova economia verde, e o avanço da inteligência artificial, no entanto, fornecem uma oportunidade de pular etapas de avanço e promover um rápido desenvolvimento tecnológico, processo conhecido na comunidade de negócios como leapfrog.
“Estamos nos movendo para uma economia verde, sustentável e, agora, para uma era de inteligência artificial”, disse Schwab à EXAME, logo após a sua palestra no Fórum de Competitividade, organizado pelo Movimento Brasil Competitivo e pela Frente Parlamentar pelo Brasil Competitivo.
A importância do setor de serviços
“Essas mudanças que ocorreram na última década tornaram o setor de serviços mais relevante para a economia, até no Brasil”, diz Schwab. Por isso, há a necessidade de se criar novos modelos de produção, que congreguem antigas capacidades industriais, com as novas tecnologias e conceitos da economia verde.
“O Brasil, nesse sentido, possui uma vantagem competitiva”, explica. “O país pode criar essa combinação e fazer um leapfrog, desde que governo, sociedade e empresas caminhem juntos.” Schwab ainda destacou que a tecnologia de inteligência artificial irá reduzir a distância de conhecimento entre ricos e pobres, o que impulsiona a oportunidade de dar um salto de desenvolvimento.
Mais cedo, o vice-presidente Geraldo Alckmin defendeu essa mesma visão, e disse que o Brasil pode fazer toda a diferença quando se fala em sustentabilidade. “Hoje é preciso responder onde eu fabrico bem e barato e consigo compensar as emissões de carbono, e aí o Brasil é imbatível. Nós temos possibilidade enorme de atrair investimentos internos e ser um grande exportador, do agro, de mineração, mas especialmente do valor agregado, indústria e até de serviços”, afirmou, em seu discurso durante o evento.
Para Schwab, o futuro do Brasil, e da América Latina, é promissor. Mas depende de unir indústria, meio ambiente e inteligência artificial.
Fonte: Exame