Imagine o seguinte: antes de comprar um produto ou contratar um serviço, você realiza uma prova. Quanto maior a sua nota, maior seu desconto. Parece inusitado? É isso o que propõe a Justos, fintech de seguros que premia bons motoristas com descontos em seus planos.
Fundada pelo indiano Dhaval Chadha, o mexicano Jorge Soto Moreno e o espanhol Antonio Molins, a Justos usa dados comportamentais para traçar o quão seguro cada motorista é, e, assim, precificar riscos e distribuir descontos de forma eficaz.
“Com isso, podemos precificar o risco de uma maneira mais justa do que simplesmente nos basear nos dados demográficos como idade, gênero e CEP”, diz Chadha ao Suno Notícias.
E como isso ocorre?
Basicamente, cada novo motorista beneficiário da Justos deve passar por um teste: ele baixa um aplicativo e é instruído a realizar um percurso com o seu carro.
A direção do motorista é monitorada por dados de localização coletados pelo aplicativo, que, ao final, geram uma “nota de direção consciente”.
A nota depende de 5 comportamentos: velocidade, frenagem, aceleração, direção focada e curvas. O algoritmo tem mais de centenas bilhões de quilômetros de dados e, com isso, traça um modelo de previsão de sinistros.
“Quando registramos incidentes desses comportamentos que indicam oportunidades de melhoria pros usuários, nós os avisamos”, diz o CEO.
Com isso, a Justos promete aliviar o bolso dos mais responsáveis.
“O segurado utilizando o nosso aplicativo é capaz de obter descontos significativos de acordo com o comportamento que dirige seu carro. Esses descontos, por sua vez, minimizam o impacto causado pela inflação, que aumentou o valor dos carros e também das peças utilizadas nos reparos nos casos de sinistros”.
Justos dá um passo de cada vez
Atualmente, a companhia conta com cerca de 80 funcionários e busca entender como seu produto pode combinar da melhor forma com as demandas do mercado que tem à frente.
Em outubro de 2021, a Justos captou mais de R$ 190 milhões em uma rodada de investimentos liderada pela Ribbit Capital que teve participação dos fundos SoftBank e GGV. Foi o maior investimento série A já recebido por uma empresa pré-operacional da América Latina.
Questionada pela Suno Notícias, a Justos afirmou que pretende tomar um passo de cada vez não pretende fazer parte do grupo de fintechs que cresceram exponencialmente nos últimos anos, mas, depois, tiveram que realizar cortes em seu quadro de funcionários.
Recentemente, as startups Alice, Provi, Zenklub, Sanar, Sami, Zak, Frubana, Zenklub, Nomad e LivUp realizaram demissões em massa, junto com os unicórnios 99, Kavak, QuintoAndar, Loft, Facily, Vtex, Ebanx, Olist, Mercado Bitcoin, Ebanx, iFood e Loggi.
A Kavak, startup mais valiosa da América Latina, chegou a demitir 300 trabalhadores de suas operações em São Paulo e no Rio de Janeiro.
“Estamos crescendo com muita cautela. Entendemos que as startups têm que achar o ajuste do produto ao mercado antes de crescer muito rápido”, diz.
“Primeiro, temos que comprovar nosso modelo de negócio e contratar com cuidado”.
A Justos ainda não tem licença da Superintendência de Seguros Privados (Susep) para atuar como seguradora independente. Enquanto isso, opera em parceria com a Companhia Excelsior de Seguros para comercializar seus produtos e tem o apoio tecnológico fundamental da AWS (Amazon Web Services).