sexta-feira,22 novembro, 2024

Jornada ESG: 5 passos para transformar um negócio e chegar ao net zero

Entre os desafios e oportunidades das empresas com a adoção de práticas de  ESG, há uma infinidade de prioridades. A primeira – e talvez a mais importante de todas – seja a  descarbonização das operações, enquanto há tempo.

Sendo um dos temas cruciais da COP 27 e, que é estruturante na agenda ESG de uma empresa, a descarbonização é um mecanismo de transformação profundo Para tanto, vamos contextualizar um pouco a cronologia do tema antes de adentrarmos em uma abordagem prática à descarbonização em si.

Adotar a inovação centrada em ESG é, indubitavelmente, um dos caminhos mais coerentes para o crescimento sustentável das empresas. Também conhecida como “tripé da sustentabilidade”, a agenda ESG é responsável por direcionar os negócios a fim de que as iniciativas econômicas sejam capazes de garantir o desenvolvimento empresarial com a redução dos impactos socioambientais. São muitas vantagens competitivas e fatores benéficos à reputação corporativa quando traçamos uma estratégia de descarbonização que reflitam compromissos claros e mensuráveis.

Vale lembrar que 636 representantes de diferentes indústrias de combustíveis fósseis estavam presentes na última cúpula do clima. Um dos destaques no que tange ao setor privado foi o lançamento de um programa inédito para apoiar a implementação de ações climáticas nas empresas que representam aproximadamente 50% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. A plataforma Net Zero, idealizada pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), em parceria com o Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (WBCSD), lançaram uma iniciativa cujo objetivo é criar metas empresariais de neutralidade climática em todas as esferas por meio do apoio prático à implementação de processos de descarbonização. 

A iniciativa inédita não apenas reconhece que esforços individuais das empresas não são suficientes para o desafio nacional de descarbonização que temos de enfrentar, mas propõe um caminho coletivo que o setor privado possa trilhar na redução das emissões. Sabemos que a missão empresarial de zerar as emissões até 2050 é ambiciosa e desafiadora. Segundo o  Oxford Net Zero & New Climate Institute, apenas 35% das empresas conseguem atingir critérios mínimos para apoiar  nesse objetivo nacional e global. Além disso, o offsetting, que é uso de créditos de carbono de qualidade para  abater emissões, seria uma das principais estratégias para toda a cadeia de valor. 

O setor privado desempenha um papel fundamental para a redução das emissões rumo à economia carbono neutro. Entre as muitas prioridades, destacamos a necessidade de estabelecer metas com bases científicas e de longo prazo. Assim, poderemos, de fato, construir  modelos eficazes de negócios de baixo carbono, sustentáveis e resilientes.

Atingir a descarbonização exige que as empresas tenham uma visão abrangente de seus sistemas, desde o design do produto e cadeia de suprimentos até a fabricação e operações, a fim de determinar a sua pegada de carbono e o melhor método para removê-lo.

O sucesso requer decisões complexas que abrangem processos industriais, redes de distribuição e inovação tecnológica. O imperativo de “transformar para minimamente operar” tem sido bem compreendido em setores de difícil descarbonização, como os ligados a combustíveis fósseis, como Petróleo e Gás, Automotivo e Mineração e Metais, desde o Acordo de Paris.

A necessidade de “transformar para diferenciar e vencer” a fim de criar vantagem competitiva agora está sendo acelerada por setores como Ciências da Vida, Produtos de Consumo e Varejo e Tecnologia, Mídia & Telecomunicações.

Em vista disso, fizemos uma abordagem prática e comprovada em cinco passos para auxiliar empresas na transformação de um negócio na direção sustentável com base em inteligência analítica e estratégica em cada etapa do processo.

1.    Avalie a pegada de carbono geral da empresa e identifique as prioridades de descarbonização. A análise da pegada de carbono permite identificar a alocação das emissões nos escopos 1, 2 e 3. 

2.     Avalie as áreas com significativo potencial de redução de carbono e, se houver necessidade, avalie ainda oportunidades de offsetting e estude os custos e benefícios financeiros.

3.    Estabeleça uma ambição e defina metas específicas de descarbonização; estabeleça compromissos ambiciosos, mas atingíveis e mensure o desafio frente a pegada de carbono identificada no passo 1.

4.    Estruture planos com iniciativas granulares para alcançar as metas; o amplo engajamento da liderança organizacional é fator crítico de sucesso na transformação para descarbonização.

5.    Atente-se  minuciosamente às mudanças no ambiente de negócios e  ajuste o curso  do plano com agilidade   apoiando-se  em inteligência analítica, com total transparência institucional.

Por: Marcelo Andrade

Redação
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