Inteligência de Investimentos Itaú é um agente que usa IA generativa para tirar dúvidas, dar informações ou recomendar investimentos a clientes do banco.
O banco Itaú apresentou hoje uma nova ferramenta com inteligência artificial que ajuda os clientes a escolherem investimentos. Batizada de Inteligência de Investimentos Itaú, a tecnologia usa IA generativa para responder perguntas e identificar oportunidades. Ela tem o formato de um chatbot. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (05/06), num evento em São Paulo com a presença do Tecnoblog.
Não que o banco já não trabalhe com assessoria digital de investimentos. Mas, com a nova tecnologia, a ideia é ampliar o acesso a mecanismos que ajudam o cliente a escolher em que, quando e quanto investir.
O Itaú reconhece que não é todo cliente que consegue ter acesso a um agente de investimentos. Entre os que contam com esse tipo de profissional, há aqueles que preferem fazer tudo por conta própria, isto é, usando os recursos oferecidos pela plataforma de investimentos, em vez de seguir recomendações ou orientações dadas por outra pessoa.
Esses são alguns dos aspectos que motivaram a criação da Inteligência de Investimentos Itaú. Mas há outros. Por exemplo, o banco entende que a tecnologia poderá sugerir investimentos ou dar orientações para clientes com pouco conhecimento sobre o assunto, bem como auxiliar aqueles que têm pouco tempo para escolher no que investir.
Nesse sentido, o Itaú esclarece que a IA não tem a intenção de substituir agentes de investimentos humanos, mas oferecer algum grau de assessoria a clientes que não contam com esse tipo de serviço atualmente.
Como funciona a Inteligência de Investimentos Itaú?

A ferramenta está sendo disponibilizada no aplicativo do Itaú (ou Superapp do Itaú, nome usado pelo banco). Ali, o usuário toca em um ícone correspondente, na área de investimentos e, então, pode interagir por chat com a IA.
O usuário pode enviar à ferramenta perguntas como “recebi um bônus salarial, como investir esse valor?” ou “no que devo investir para formar uma reserva de emergência?”.
As respostas são dadas considerando uma série de parâmetros, de modo que as orientações sejam personalizadas. Entre eles estão o perfil de investidor do usuário (conservador ou arrojado, por exemplo), histórico de investimentos já realizados, volume de dinheiro disponível para a operação, entre tantos outros.
A tecnologia também leva em conta, para as recomendações, um trabalho de curadoria de produtos financeiros, projeções externas e internas de mercado, bases de conhecimento específicas para a área e insights de especialistas, entre outros mecanismos.
O banco explica ainda que a ferramenta foi projetada para acompanhar toda a jornada de investimentos do cliente, do esclarecimento de dúvidas simples (como “o que é CDI?”) ao momento de resgate do investimento.
Na fase atual, mais de 50 produtos de investimento podem ser recomendados, a maior parte deles correspondendo a CDBs e fundos. Produtos como ações até podem ser tratados pela IA, mas de modo superficial. A ferramenta ainda não é capaz de recomendá-los ou orientar a sua compra, mas o banco tem intenção de fazer isso em algum momento.
Ainda de acordo com o Itaú, a ferramenta é baseada em modelos de linguagem de larga escala (LLMs) disponíveis no mercado (os nomes não foram revelados) combinados com modelos desenvolvidos pela própria instituição.
Uma série de guard rails previne a ferramenta de “alucinar” ou fazer recomendações indevidas. Mas, em caso de problemas ou persistência de dúvidas, o cliente terá a opção de contatar um especialista humano para tomar decisões de modo seguro.

Disponibilidade do Inteligência de Investimentos Itaú
Os experimentos da tecnologia de IA começaram em março de 2024. Em novembro do mesmo ano, o primeiro protótipo da ferramenta foi lançado. Em fevereiro de 2025 veio a versão beta.
Agora, neste mês de junho, a instituição anunciou o MVP (Produto Mínimo Viável) da novidade, isto é, a primeira versão usável, mas ainda em fase inicial. Para esta fase, o Itaú pretende alcançar cerca de 10.000 clientes.
O banco espera que, até o fim do ano, a ferramenta esteja disponível para pelo menos 500.000 clientes, principalmente aqueles que fazem parte das categorias Itaú Uniclass e Itaú Personnalité.
A partir daí, a ferramenta de IA será expandida para mais clientes do banco, gradativamente. Em todos os casos, o Itaú espera alcançar clientes que priorizam os canais digitais do banco para realizar transações financeiras.
Por: Emerson Alecrim